
Quantas vezes você escutou um lutador profissional ou professor de alguma arte marcial (ou os dois) repetindo exaustivamente que a luta é um esporte, e não uma ferramenta para vingancinhas pessoais? Tal esclarecimento serve para elevar o esporte e a profissão, despertando respeito naqueles que praticam, ensinam e assistem artes marciais.
No entanto, esta mensagem tem sido completamente deturpada pelo conhecido e polêmico Dana Branco White. No UFC, não se mede esforços para publicizar e alimentar as expectativas quanto a uma luta. Em outras palavras, se esta expectativa tiver de ser alimentada com ódio e falsas rivalidades, então que seja! O importante é que o tio White tire seus trocados.
Digo falsas rivalidades porque, caso não tenham notado, estas demonstrações de hostilidade (trash talking) sempre têm início poucos dias antes da realização da luta. Que conveniente! Não fosse isso suficientemente óbvio, logo após o resultado final, os lutadores parecem completamente indiferentes e até simpáticos uns com os outros. Aconteceu entre Silva e seus rivais, e acontece em outras disputas.
Ocorre que a reação popular desencadeada por estas brigas tolas, aleatórias e mal-fundamentadas não são falsas. Tome como exemplo o bate-boca entre Bethe e Ronda. Quantas vezes nessa semana você esbarrou em algum comentário xenofóbico, sexista e até mesmo transfóbico (que já seria inapropriado se Bethe fosse transexual, mas faz menos sentido ainda considerando que ela não é) dirigidos à Brasileira? Tudo isto por causa do circo que se faz durante pesagens, coletivas de imprensa e encaradas para fotografias.
O rebuliço todo não gira em torno da arte marcial como profissão respeitada, mas sim num espetáculo de emoções mal encenadas pelos peões do Dana White, que já instruía a criação desses draminhas fakes nas edições do TUF (daí você ter uma casa cheia de marmanjos se comportando como crianças, fazendo birra e pregando peças).
Por isso, quando for assistir as lutas do UFC, assista pela diversão de acompanhar o confronto de grandes profissionais, e não porque um playboy corporativo (feat. mídia fútil) fabricou meia dúzia de polêmicas para ganhar mais dinheiro do povo estúpido, incapaz de distinguir armação de realidade, mesmo quando a coisa toda está mais que estampada em todos os cantos.
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