quinta-feira, 7 de maio de 2015

MONTAGE OF HECK - Opinião pessoal e minhas conclusões



Hoje assisti o documentário sobre a vida do Kurt Cobain, dirigido por Brett Morgen e produzido pela Frances Cobain. 
É bastante surpreendente que existam tantos registros audiovisuais de alguém. É como se o Kurt tivesse estrelado todo o curto filme da sua vida, mesmo nos momentos em que ele estava de saco cheio de ser o centro das atenções.
Me emocionei mais ao assistir as imagens da infância dele. Talvez tenha me sentido assim porque assisti tudo com a consciência de que aquela felicidade e receptividade não durariam muito tempo.
Um dos aspectos da vida dele que ficou bem claro foi a transição, de bebê super bajulado pela família inteira, para adolescente constantemente enxotado pelos mesmos familiares.
As histórias sobre a juventude do Cobain, assim como sua ambição e  aversão à humilhação, não foram recebidas com surpresa. Boa parte do que é relatado no documentário já era tratado no "Heavier than heaven" e nos "Journals", obras que já li.
Uma imagem que marcou foi a do Kurt segurando a Frances, que estava prestes a receber seu primeiro corte de cabelo. Durante o evento, Courtney diz ao marido que ele não deveria se comportar como um drogado na frente da filha, e ele contra-argumenta afirmando que está cansado. 
Mas a imagem que mais me marcou foi a da Courtney sentada na banheira, segurando a Frances no colo enquanto Kurt filmava as duas. Com ares de surpresa ela disse algo do tipo "I kind of feel happy right now!" (Eu meio que me sinto feliz agora!). É quase como se aquilo fosse incomum, ou como se ela quisesse informar ou convencer o Kurt disso. Mas isso, óbvio, é só a minha percepção do que aconteceu.
Falando em percepção, a minha impressão final foi a de que Kurt manteve, até o fim de sua vida, um pouco da infantilidade (Tracy e Courtney que o digam) e hiperatividade que o caracterizavam como criança. Ele me pareceu ser um supersensível e intenso jovem que trabalhou muito para conquistar algo, mas quando chegou lá, descobriu que era uma bosta e ficou preso entre jogar tudo no lixo ou continuar vivo na memória das pessoas. Lamentavelmente, foi através do suicídio que ele conciliou esses dois caminhos.

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