segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

AMOR, PAIXÃO E CIÊNCIA: ALGUMAS CURIOSIDADES


Satisfação ou seu dinheiro de volta
Há quem defenda que amor não é uma emoção, mas sim um sistema de motivação e recompensa de nosso cérebro.  As sensações de prazer e empolgação vêm da dopamina; o coração acelerado e o desejo sexual são resultado da testosterona; a sensação de conexão após o sexo tem a ver com a ocitocina. A incapacidade de pensar em qualquer outra coisa que não o crush advém da baixa de serotonina. 
Ainda assim, este posicionamento gera debate na comunidade científica, e já há estudiosos que criticam a perspectiva do amor como um coquetel de químicos cerebrais. 
É como ficar doidãoNeurocientistas descobriram que a ocitocina e o álcool produzem efeitos idênticos em nossos cérebros: caem a ansiedade, as inibições e o stress, e aumenta a propensão a tomar decisões corajosas, sentir raiva e agir de forma violenta. 
Não se iluda. Outros estudiosos recriminam a noção moderna de amor romântico, pois gera expectativas irracionais que inevitavelmente acabam sendo frustrada. Esta frustração gera stress, que atinge o sistema imunológico, bem como a saúde mental e cardíaca. De outra sorte, entender que existem diversas formas de demonstrar amor, mesmo que algumas não sejam tão românticas e grandiosas como as vistas em um filme, ajuda a quebrar o mito do amor romântico e estabelecer expectativas realistas, seguidas de maior satisfação e felicidade.
Me diga aonde você vai... Também teve estudo relacionando o amor à geografia. Nos Estados Unidos, foi feito um estudo comportamental em todos os 50 estados para ver qual o melhor lugar para se buscar um relacionamento duradouro. Se saíram melhor os estados com menos casos de "attachment anxiety" (medo de ser deixado pelo 'mozão') e "attachment avoidance" (necessidade de evitar estar perto do 'mozão'). Ao final, descobriu-se que North Dakota é o pior lugar para se relacionar, ao contrário de Mississipi, que foi o estado com melhor performance. Nova Iorque se saiu mal na pesquisa, ao contrário da Califórnia, que ficou entre os 10 primeiros colocados. 
 Estágios Inception: o momento de mudança da sua percepção sobre o significado de uma pessoa em sua vida.  Intruso! progressivamente a pessoa em questão se torna mais e mais presente entre seus pensamentos, podendo chegar a  tomar 85% ou mais do seu tempo, o que naturalmente causa distração e se assemelha a uma obsessão.   Just the way you are: você começa a ter uma imagem mais apurada das qualidades e defeitos do crush, cuja personalidade deixa de ser idealizada e se torna concreta. Aqui há tendência a fazer vista grossa com os defeitos ou até achá-los charmosos.  Grude: você deseja um relacionamento e a ansiedade diante da separação é um estímulo para vencer quaisquer dificuldades que apareçam.  Hipomania: você sente tanta energia que passa achar que precisa de pouca comida e sono.  É MEU! Você se torna taurino  ciumento, teme rejeição e sente mais saudade do que o normal.  O que for pra ser...: a lógica está começando a retornar para o cérebro. Você ainda quer um relacionamento, mas se sente  resignado. 
SintomasVer o rosto da pessoa amada acende as mesmas partes do cérebro que são estimuladas quando um dependente químico usa drogas. Também há aumento na motivação, satisfação e euforia.   Passar por dificuldades junto à pessoa amada aumenta a atração.  Pessoas apaixonadas sentem um grau de empatia maior umas pelas outras.  A busca por união emocional precede o desejo sexual.  A capacidade cognitiva (de aprender) de uma pessoa é maior quando o objeto do aprendizado é um tópico de interesse do crush. No mais, a pessoa apaixonada tende a se concentrar menos por pensar demais na pessoa de quem gosta.  A amígdala e o córtex pré-frontal, partes responsáveis pelo processamento de julgamento e emoções negativas, desliga quando alguém está apaixonado. Isto dura de 8 meses a 2 anos.  Paixão é um estado temporário: ou se torna um vínculo de confiança ou desaparece; no entanto, quanto maior a dificuldade que os apaixonados têm para se encontrar, mais demora para este estado desaparecer. 
Não era amor, era silada E se tudo for por água abaixo, o que fazer?   Primeiramente: nada de ficar na zona cinzenta do sexo casual. Quando isto acontece, você mantêm vínculo emocional mesmo que involuntariamente.   Se a paixão funciona de forma similar a uma droga, o coração partido tem efeitos semelhantes a abstinência. Entender o desequilíbrio químico que faz você se sentir mal pode lhe motivar a adotar atividades alternativas que o façam se sentir estimulado e, gradativamente, pronto para outra (ou se divertir sozinho mesmo, why not?).   Um estudo conduzido na UCLA demonstra que passar tempo com amigos faz o cérebro liberar opioides naturais, que servem para anestesiar a dor emocional e ajudam a lidar com o fim do relacionamento.


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FONTES

Pesquisas conducidas na University of Erasmus, na Holanda.
O trabalho da antropóloga Helen Fisher.
O trabalho de Susanne Vosmer, na University of Hull.
Revista Neuroscience and Biobehavioral Reviews


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