Satisfação ou seu dinheiro de volta. Há quem defenda que amor não é uma emoção, mas sim um sistema de motivação e recompensa de nosso cérebro. As sensações de prazer e empolgação vêm da dopamina; o coração acelerado e o desejo sexual são resultado da testosterona; a sensação de conexão após o sexo tem a ver com a ocitocina. A incapacidade de pensar em qualquer outra coisa que não o crush advém da baixa de serotonina.
Ainda assim, este posicionamento gera
debate na comunidade científica, e já há estudiosos que criticam a perspectiva
do amor como um coquetel de químicos cerebrais.
É como
ficar doidão. Neurocientistas descobriram que a
ocitocina e o álcool produzem efeitos idênticos em nossos cérebros: caem a
ansiedade, as inibições e o stress, e aumenta a propensão a tomar decisões
corajosas, sentir raiva e agir de forma violenta.
Não se
iluda. Outros
estudiosos recriminam a noção moderna de amor romântico, pois gera expectativas
irracionais que inevitavelmente acabam sendo frustrada. Esta frustração gera
stress, que atinge o sistema imunológico, bem como a saúde mental e cardíaca.
De outra sorte, entender que existem diversas formas de demonstrar amor, mesmo
que algumas não sejam tão românticas e grandiosas como as vistas em um filme,
ajuda a quebrar o mito do amor romântico e estabelecer expectativas realistas,
seguidas de maior satisfação e felicidade.
Me diga
aonde você vai... Também teve estudo relacionando o amor à geografia.
Nos Estados Unidos, foi feito um estudo comportamental em todos os 50 estados
para ver qual o melhor lugar para se buscar um relacionamento duradouro. Se
saíram melhor os estados com menos casos de "attachment anxiety"
(medo de ser deixado pelo 'mozão') e "attachment avoidance"
(necessidade de evitar estar perto do 'mozão'). Ao final, descobriu-se que
North Dakota é o pior lugar para se relacionar, ao contrário de Mississipi, que
foi o estado com melhor performance. Nova Iorque se saiu mal na pesquisa, ao
contrário da Califórnia, que ficou entre os 10 primeiros colocados.
Estágios Inception: o momento
de mudança da sua percepção sobre o significado de uma pessoa em sua vida. • Intruso! progressivamente a pessoa em questão se
torna mais e mais presente entre seus pensamentos, podendo chegar a tomar
85% ou mais do seu tempo, o que naturalmente causa distração e se assemelha a
uma obsessão. • Just the way you are: você
começa a ter uma imagem mais apurada das qualidades e defeitos do crush, cuja personalidade
deixa de ser idealizada e se torna concreta. Aqui há tendência a fazer vista
grossa com os defeitos ou até achá-los charmosos. • Grude: você deseja um relacionamento e a ansiedade
diante da separação é um estímulo para vencer quaisquer dificuldades que
apareçam. • Hipomania: você sente
tanta energia que passa achar que precisa de pouca comida e sono. • É MEU! Você se torna taurino ciumento, teme rejeição e sente
mais saudade do que o normal. • O que
for pra ser...: a lógica está começando a retornar para o cérebro. Você
ainda quer um relacionamento, mas se sente resignado.
Sintomas. Ver o rosto da pessoa amada acende as mesmas partes do
cérebro que são estimuladas quando um dependente químico usa drogas. Também há
aumento na motivação, satisfação e euforia. • Passar por dificuldades junto à pessoa amada aumenta a
atração. • Pessoas apaixonadas sentem um grau
de empatia maior umas pelas outras. • A busca
por união emocional precede o desejo sexual. • A capacidade cognitiva (de aprender) de uma pessoa é maior
quando o objeto do aprendizado é um tópico de interesse do crush. No mais, a
pessoa apaixonada tende a se concentrar menos por pensar demais na pessoa de
quem gosta. • A amígdala e o córtex pré-frontal,
partes responsáveis pelo processamento de julgamento e emoções negativas,
desliga quando alguém está apaixonado. Isto dura de 8 meses a 2 anos. • Paixão é um estado temporário: ou se torna um vínculo de
confiança ou desaparece; no entanto, quanto maior a dificuldade que os apaixonados
têm para se encontrar, mais demora para este estado desaparecer.
Não era
amor, era silada. E se tudo for por água abaixo, o que
fazer? • Primeiramente: nada de ficar na zona
cinzenta do sexo casual. Quando isto acontece, você mantêm vínculo emocional
mesmo que involuntariamente. • Se a
paixão funciona de forma similar a uma droga, o coração partido tem efeitos
semelhantes a abstinência. Entender o desequilíbrio químico que faz você se
sentir mal pode lhe motivar a adotar atividades alternativas que o façam se
sentir estimulado e, gradativamente, pronto para outra (ou se divertir sozinho
mesmo, why not?). • Um estudo conduzido na UCLA
demonstra que passar tempo com amigos faz o cérebro liberar opioides naturais,
que servem para anestesiar a dor emocional e ajudam a lidar com o fim do
relacionamento.
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FONTES
Pesquisas conducidas na University of
Erasmus, na Holanda.
O trabalho da antropóloga Helen Fisher.
O trabalho de Susanne Vosmer, na
University of Hull.
Revista
Neuroscience and Biobehavioral Reviews
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