sábado, 12 de setembro de 2015

OPINIÃO: "O Espelho de Cassandra", de Bernard Werber


O livro "O Espelho de Cassandra" terminou de ser escrito por Bernard Werber em 23 de junho (mesmo dia em que nasci; e mesmo dia em que um rapaz se atirou da Torre Montparnasse, exatamente como acontece no primeiro trecho do da história) de 2009.  Esta obra tem 555 páginas e é dividida em três partes: Será Uma Vez, É Uma Vez e Era Uma Vez. As partes são subdivididas em 235 trechos devidamente numerados. A temática do livro é bem espalhada (apesar da capa sugerir que o tema central é "vidência", muitas vezes este aspecto é jogado para escanteio), Dentre os temas tratados estão: autismo, mendicância, alienação, política e questões ambientais, reencarnação, carma, transcendência etc.


BREVE OPINIÃO


 Verossimilhança 
(a quantidade de vezes em que objetos convenientemente aparecem num local; planos infalíveis que só são infalíveis porque o autor decide que são; mudanças abruptas de postura de certos personagens etc.)
Coerência estilística 
(constante mistura de narrativa jornalística e prática, narrativa mais rebuscada e palavras vulgares aleatoriamente jogadas no meio etc.)
Construção de personagens 
(mudanças repentinas de atitude/opinião; uma personagem feminina que claramente representa mais a forma como o autor vê mulheres do que a forma como mulheres são etc.)
Estrutura da história 
(estrutura bastante linear; momentos mais emocionantes no meio do livro, e não no encerramento; clímax fraco.)
Ritmo dos acontecimentos 
(bastante ação, principalmente na segunda parte do livro; alguns trechos em que as reflexões de Cassandra são demasiadamente longas e cansativas.)
Críticas e Mensagens transmitidas 
(o livro é repleto de críticas sociais, econômicas e até espirituais; em minha opinião, o ponto mais forte desta obra.)
Originalidade ☺
(personagens, assuntos tratados e estilo de escrita são bastante diferentes de tudo que já li.)

Para ler o resumo completo, acesse:

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Resumo do livro "O Espelho de Cassandra", de Bernard Werber - [3/3]

parte três
ERA UMA VEZ

o resumo é completo, o que significa que está carregado de spoilers
Passado o efeito do sedativo, Cassandra acorda no porão de Papadakis. O local conta apenas com uma televisão que transmite corridas de cavalo. A ideia do diretor é condicioná-la a prever os resultados das corridas, mas assim que ele deixa o quarto ela começa a refletir sobre suas vidas passadas. Sua regressão a leva até as formas primitivas de vida. Ela vê todos os carmas e vidas passadas, e percebe de onde vêm alguns de seus instintos. Aos poucos estas sessões se tornam mais longas, de modo que Cassandra sequer come mais. 
Frustrado, o diretor resolve aumentar o volume da TV para tornar mais difícil que Cassandra ignore o condicionamento. Eis que Kim, que já andava pelas redondezas, escuta a TV vinda do subsolo e libera Cassandra. Os dois vão até a escola das Andorinhas e colocam fogo em tudo, libertando as crianças autistas que lá estavam. Da escola a dupla é resgatada por Charles Vézelay, um astrólogo que trabalhou com o pai e o irmão de Cassandra. De carro, Charles promete levá-los até Daniel Katzenberg, porém os três sofrem um acidente e voltam a fazer uma visitinha ao hospital. Charles teve um dano maior e fica sem consciência, enquanto Cassandra e Kim têm apenas ferimentos leves e fogem do hospital para procurar Daniel em seu prédio mais uma vez. 
No entanto, chegando no prédio têm uma conversa com Daniel, que se mostra decepcionado com as grandes probabilidades de um futuro desastroso. Então o irmão de Cassandra se atira da torre e ela, arrasada, foge do local com Kim. Para despistar a polícia, os dois passam horas no subterrâneo parisiense, portando um mapa que lhes fora dado por mendigos. O mapa, com a elevação do nível d'água, é destruído e os dois têm que se guiar no escuro, usando o Probabilis para se guiar até a superfície. 
A dupla acaba despontando num cemitério ósseo e assustando turistas que passavam por ali. Kim e Katzenberg voltam à Redenção, onde Cassandra tem um sonho no qual visualiza dois futuros: um cheio de poluição e miséria, com 78%  de chance de consolidação; e um em que as pessoas vivem bem, em harmonia com a natureza, com 1,3% de chance de consolidação.
Os moradores voltam a trabalhar no Ministério Oficioso da Prospectiva, montando uma árvore online com várias possibilidades de futuros. Cada membro da redenção pensa em futuros positivos e negativos e larga a possibilidade nas folhas da árvore. 
Após um dia de trabalho, Cassandra vai dormir e sente cólicas. Descobre que menstruou pela primeira vez, pede ajuda de Esmeralda, sente dores fortes e passa a noite em claro fantasiando sobre Kim gostar dela e o futuro dos dois. Contudo, Kim acaba a decepcionando quando insinua que Daniel teve razão em desistir da humanidade. O coreano ficou revoltado com o feedback positivo dos usuários de seu site, bem como com todas as notícias e estatísticas ruins que começaram a saltar em sua tela. Revoltado, ele discute com Cassandra, afirma que ela está louca e que só lhe dava ouvidos por achá-la atraente. 
Nesta noite, Katzenberg sonha com o passado da humanidade. No seu sonho, ela descobre que os humanos já povoaram vários planetas, tendo todos acabado mal. Então, na impossibilidade de viver numa terra em ruínas, os humanos mandam uma arca para outro planeta semelhante e continuam a propagação. 
Depois de ter este sonho, Cassandra prevê a colocação de uma bomba biológica no abastecimento de água local. Os mendigos agem e salvam o dia novamente. Em seguida, cansados, enchem a cara e dormem na praça da cidade. No dia seguinte Cassandra acorda encarcerada e descobre que os outros redencionistas conseguiram fugir. No cárcere provisório onde está, prevê futuros falsos para várias pessoas, que acreditam nela e a tratam como uma divindade. Até mesmo a policial responsável por conduzi-la até a  outra casa de custódia começa a falar sobre seu futuro, fazendo perguntas sobre profissão. Então, no meio da conversa, o carro em que Cassandra está sendo transportada é abalroado. Katzenberg leva um susto, mas percebe que foram os redencionistas usando uma lata velha improvisada para tirá-la dali. Eles levam Cassandra de volta para o lixão, onde Orlando (que levou um tiro na fuga) é tratado.
No meio do procedimento para retirar a bala da barriga de Orlando, Cassandra percebe uma tatuagem que já havia lhe sido descrita por uma moça que lhe alimentara em seus dias de mendicância. Cassandra conclui que a moça devia ser a tal filha de Orlando.
Após o Barão ser tratado e se recuperar bem da retirada da bala, outro incidente preocupa o sexteto (Cassandra, Kim, Orlando, Fetnat, Esmeralda e agora Charles Vézelay, que trabalhara com o pai e com o irmão de Cassandra no passado). Kim vê (por meio das câmeras que ele mesmo instalou) a movimentação de um grupo armado, que ataca os ciganos e os albaneses. Também vê carros diplomáticos ali estacionados: o mesmo carro dos terroristas que plantaram as bombas desarmadas. O grupo percebe que o detonador da bomba biológica, que fora trazido como troféu, aparentemente tinha um GPS integrado e conduzira os terroristas até o lixão. Os homens avançam bem equipados, mas muitos são soterrados por lixo e latas velhas. São guiados por uma caixa de som na direção errada, enquanto os redencionistas entram num túnel armados.
Eventualmente os terroristas encontram os mendigos no túnel e jogam uma bomba de gás contra o grupo. Entretanto, o grupo consegue fugir, deixando Charles Vézelay para trás. Eles escapam do túnel e entram numa usina de incineração de lixo, onde lutam contra os homens armados usando luzes e a vantagem de conhecer o local contra eles. Ainda assim, os redencionistas são encurralados e jogados no incinerador. Perto da morte, Fetnat e Esmeralda se declaram um para o outro. Porém, ao invés de morrer o grupo é salvo por Papadakis (o diretor da escola de Cassandra), que foi avisado por Vézelay sobre o ataque e veio resgatá-los.
Sã e salva, Cassandra exige que Papadakis explique a ela o porquê de ela ser assim. Ele então diz que os pais de Cassandra apenas a ensinaram a falar quando ela tinha 9 anos, pois consideravam que as palavras aprisionam o pensamento e a criatividade. Nesta época a protagonista foi introduzida a obras futurísticas, como maneira de condicionar seu cérebro a se voltar ao futuro. O Diretor também conta como a jovem Katzenberg e seu irmão são hipersensíveis (psicóticos) e a ajuda lembrar que foi ela quem quis ver o espetáculo de ópera onde um ataque terrorista tirou a vida de seus pais. Daí suas visões serem sempre ligadas a episódios de terrorismo.
O livro acaba com Cassandra e Kim se beijando no topo da Torre Montparnasse, de onde ela decidiu não se jogar (a exemplo de seu irmão), uma vez que fascinada pela humanidade e a possibilidade de torná-la melhor.