domingo, 31 de janeiro de 2016

DOROTHY MAGNO E A POÇÃO DA FERTILIDADE


"Só mais um ano e estarei em Hogwarts." Dorothy Magno comemorou mentalmente enquanto encarava as dez velinhas fumegantes no topo do bolo de morango. Sua prima Rose empunhou a varinha e, após meia dúzia de floreios, as velas haviam desaparecido e o bolo restava perfeitamente fatiado. 
— O primeiro pedaço vai para a aniversariante. — Rose sorriu e levitou uma fatia, conduzindo-a ao pratinho descartável. 
Rose era, de longe, a prima mais doce de Dot. Talvez seu trabalho como medibruxa a tenha afastado um pouco da dureza  tão característica dos Magno. 
 — Um pedaço para minha querida irmã, Rachel. — Rach curvou os lábios num sorriso anêmico e estendeu o prato. 
Então Rose saiu a andar pela mansão Magno, distribuindo fatias de bolo para os muitos primos e tios de Dorothy. Já a aniversariante permaneceu sentada no carpete da sala, diante da mesinha de centro. Forrou as bochechas sardentas com bolo e ainda o mastigava quando lhe ocorreu: "Tenho dez anos... Já sou praticamente madura! Hora de começar a obter minhas respostas."  
— Rachel. — Dorothy começou a falar com a boca cheia e a voz abafada. 
— Uhm? — A prima encarou-lhe com os tristonhos olhos cor-de-azeitona. 
— Tá na hora de vocês pararem de me enrolar. Quero que me contem como eu nasci. — Dot pontuou a frase dando um ruidoso gole no chá gelado. 
 Uma ruga surgiu entre as sobrancelhas de Rachel, cujo semblante tinha, ao mesmo tempo, traços de irritação e divertimento. 
— Pois bem. — Deu uma garfada no bolo e o saboreou demoradamente. Precisava ganhar tempo. 
— Sim? — Arquejou Dorothy, esfregando o guardanapo no rosto com um vigor desnecessário. 
— Existe esta poção... Chama-se poção da fertilidade. É uma mistura que contem raspa de chifre de unicórnio, uma gota de sangue de cada pai, um pedaço de guelricho para que o bebê consiga respirar na barriga da mãe, um pedaço de rabo de lagartixa e, se você quiser que seu filho seja bem apessoado, uma mecha de cabelo de veela. — Terminou de explicar solenemente. 
No momento em que Rose voltou a se aproximar, Dorothy parecia muito concentrada em anotar algo e fazer contas nos dedos. Tinha um plano e aquela receita certamente a ajudaria a executá-lo. 

 ✤ 

Era uma segunda-feira chuvosa e Dorothy estava sentada aos fundos da classe trouxa de matemática. Ela fingia tomar nota da matéria, mas, na verdade, estava rabiscando caricaturas bastante perturbadoras. Não era a primeira vez que fazia isso. No ano anterior, tivera um de seus "projetos artísticos" apanhado pela professora, que reagiu de forma extremamente histérica - ao menos na percepção de Magno. Dot, por sua vez, nada fez além de estender um de seus olhares presunçosos. Se achava melhor que todas as crianças trouxas... Todas, exceto Skylar. 
— DOROTHY! — A voz estridente da Sra. Prescott espetou-lhe os tímpanos. 
— O que? — A menina resmungou com sua voz arrastada e cheia de má-vontade.
Então a aluna desviou o olhar do desenho e deu de cara com a cabeça lustrosa do diretor. Ele jazia parado na porta, segurando a maçaneta com força e batucando o pé contra o chão. "E lá vamos nós de novo." Pensou ela. Ninguém pareceu surpreso quando a menina sardenta desapareceu da sala de aula, escoltada pelo careca carrancudo. 

 ✤ 

 A diretora estava sentada do outro lado da escrivaninha de madeira amêndoa. Por algum motivo, a mulher trouxa nada fez além de suspirar irresignada e encarar Dot. 
— Então, por que estou aqui? — A bruxa indagou pela milésima vez. 
— Apenas esper... 
— Esperar o que? Mas que inferno! — Esmurrou o apoio braçal da cadeira, fazendo a diretora trouxa arreganhar a boca, pronta para dar um sermão. 
— Cheguei. Desculpe-me a demora. — A voz monótona veio das costas de Dorothy. Ao se virar, a jovem Magno confirmou sua suspeita: chamaram logo Rachel para conversar sobre o caso.
— Sem problemas, Srta. Rachel. Então vamos começar. — A diretora empertigou-se na cadeira de couro gasto e limpou a garganta. 
— Creio que seja do seu conhecimento que Dorothy não é lá a aluna mais diligente. — Fez uma pausa, mas como não obteve resistência, continuou. — Porém, apesar da insolência, evitamos tomar grandes providências considerando que, no fim das contas, suas notas e seu aprendizado são relativamente satisfatórios... 
— E o que mudou agora? — Rachel atalhou a conversa. Seus dedos tamborilavam nervosos e os olhos verdes consultavam o relógio de segundo em segundo. 
— O que mudou agora foi que Dorothy deixou de ser simplesmente insolente e passou a ser agressiva! — A voz foi se tornando mais estridente com o progredir da frase. 
"Será que ela ficou brava por causa de mim ou por causa da falta de reação da Rach?" Dot coçou o queixo. 
— Ontem, durante o recreio, Dorothy esmurrou o nariz da Srta. Skylar Smith, tirou um frasco da bolsa e coletou as gotas de sangue que caíram no chão! — As palavras continuaram a fluir da boca enrugada da professora, que agora começava a ficar vermelha. — Quando questionamos o porquê de tal conduta perturbadora, a Srta. Magno disse que precisava de uma amostra para fazer um filho com a pobre Skylar!! — Respirou fundo e aproveitou a pausa para beber um gole d'água. 
Rachel manteve seu constante ar Monalístico (uma mistura de seriedade, tédio e escárnio) durante toda a narrativa: — Você não deveria ter batido na menina, Dot. — Murmurou com a voz invariável. 
— E tentar ter um filho... Com outra menina! — A diretora reforçou, ao que Rachel estreitou os olhos. 
— Não se preocupe. Trocarei Dorothy de escola. — A voz da Magno mais velha assumiu um tom surpreendentemente vigoroso. 
— Bem, eu estava pensando em suspensão. Você não precisa ir tão longe e troc... — A outra mulher gaguejou, só para então ser brutalmente interrompida. 
— Você não entendeu. Sou responsável por minha prima. Não posso permitir que ela seja educada numa instituição preconceituosa que se assombra mais com a homossexualidade do que com um ato de violência. — Rachel Magno se levantou sem mais delongas, sinalizou para que Dorothy fizesse o mesmo e deixou para trás uma trouxa incrédula e esbravejante.


 ✤
 Dot Magno nunca mais foi vista nas dependências de uma escola trouxa.
 Skyler nunca tomou conhecimento das intenções passionais de Dorothy.
 A teoria da Poção da Fertilidade só foi desmentida um ano depois, quando Dorothy voltou a tentar esmurrar um bebe do nariz de uma de suas paixões. Rose deu um sermão tanto em Dot quanto em Rachel. 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Resumo do livro "Morte Súbita", de J.K. Rowling #6 FINAL


Partes 6 e 7
polícia bate à porta dos Wall e informa que Bola foi testemunha de uma morte e abandonou o local. Tessa liga a Andrew, que conta sobre o lugar secreto dos dois (o "pombal"). O garoto a leva até lá, mas entra sozinho porque o condicionamento físico de Tessa a impediria de chegar ao esconderijo. Andrew encontra Bola no fundo da caverna, e descobre que o garoto não sabia se Robbie havia morrido ou não. Em seguida, grita para Tessa e a informa que seu filho está mesmo ali.
No hospital de Pagford, Robbie jaz numa gaveta do necrotério. Andares acima, Sukhvinder é trazida para ter o profundo corte de sua perna tratado pelos pais. Vikram e Parminder descobrem, ao despir a filha, as cicatrizes de automutilação. Os dois cuidam dela e ficam sentados ao lado da cama, aturdidos com a ideia de que quase perderam a caçula. Assim como eles, Miles e Samantha estão cheios de preocupação, também no hospital. Samantha consola Miles, abraçada a ele, enquanto Shirley está preocupada com o fato do marido ter visto a seringa de adrenalina em sua mão. Ela amarga o fato de não estar sendo alvo da piedade que merece, e fica feliz ao ser consolada por Ruth Price, enfermeira do hospital.
Tessa dirige o carro com o filho chorando perto de si, mas não se comove. Fala sobre como Colin, com toda a sua paranoia, tentou se matar quando teve um delírio e acreditou ter sufocado Stuart. Conta que a mãe biológica de Stuart era uma jovem de quatorze anos que não o quis.
polícia chega à casa de Terri, que inicialmente obsta a entrada por achar que os tiras estão a procura dos sacos de droga que ela está escondendo. No entanto, eventualmente ela entende o que está acontecendo e abre a porta, se lançando para cima de Krystal. A policial intervém e segura Terri, enquanto Krystal corre para o interior de casa e se tranca lá dentro. Então vai até o banheiro com um pouco da heroína que Obbo vendera a Terri, e aplica uma dose grande demais, esperando que assim possa reencontrar Robbie, Cath e o Sr. Fairbrother. Quando a polícia consegue entrar, ela já está morta.


recuperação de Howard levará meses e Shirley não gosta de visitá-lo sozinha, pois tem que encarar um silêncio cheio de ressentimento por parte dos dois. 
Bola Wall admite a autoria de todos os posts do Fantasma-de-Barry e liga para as vítimas pedindo desculpa. Dentre as vítimas está Simon Price, que liga Bola a Andrew. Este acaba apanhando do pai. Parminder também ficou sabendo do "autor" dos posts e ficou furiosa com sua amiga Tessa Wall.
Gaia está muito mais agradável agora que sabe que retornará a Londres. Ela assiste a mãe negar um convite de Gavin para sair, e as duas vão juntas ao enterro de Krystal e Robbie. Ao ver o caixão de Robbie, Kay fica preocupada com a possibilidade de ser responsabilizada por ter deixado Robbie sob domínio de Terri e Krystal.
O relacionamento de Samantha e Miles progride. Ela, assim como Shirley, se sente culpada por ter visto Robbie vagando no dia de sua morte e não ter feito nada. Samantha sente uma necessidade de se engajar e pergunta ao marido se ela não pode ser indicada para o cargo de conselho renunciado por Parminder.
O enterro de Krystal e Robbie acontece em Pagford. Robbie é tratado como um anjo, mas Krystal continua mal vista. Os detalhes do funeral foram organizados por Sukhvinder, que escolheu um caixão rosa para Krystal (e pediu que ela fosse enterrada com a medalha, conquistada na competição de remo, em seu pescoço) e levantou dinheiro para a realização dos serviços. Sukhvinder passa a ser vista como heroína e abandona o hábito de se cortar. 

ACABO DE NOTAR ISSO...

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

COMO O TINDER FUNCIONA / HOW TINDER WORKS

Para aqueles que ainda não entenderam como funciona o Tinder, eu fiz um desenho explicativo. / For those who still don't understand how tinder works, I made an explanatory drawing.