sábado, 18 de fevereiro de 2017

INTROVERSÃO


O QUE SÃO, DO QUE SE ALIMENTAM, ETC.
Introversão e timidez são coisas diferentes. Segundo Susan Cain, introvertidos recarregam suas baterias estando as sós; extrovertidos precisam recarregar quando eles não socializam o suficiente. Introversão e extroversão, contudo, não são uma classificação binária. É um espectro: algumas pessoas vão mais para um extremo e outras pessoas se aproximam mais do outro.
Shawna Courter explica a ideia de "ressaca introvertida", que acontece quando um introvertido tem a agenda cheia de eventos sociais, não havendo tempo para ficar sozinho e recarregar suas bateriais mentais. Essa ressaca muda ligeiramente de pessoa para pessoa, mas existem alguns sintomas mais comuns, tais como  zunidos nos ouvidos, vista cansada e mãos suadas. Nesta situação você sente que sua mente quer se desligar e há uma necessidade de bloquear estímulos e buscar isolamento num ambiente confortável (o lar!). 
Uma pesquisa feita na Universidade de Virgínia apurou que extrovertidos preferem receber pequenas descargas elétricas a passar muito tempo encarando o nada. De outro lado, passar horas perdido em pensamentos não parece incomodar os introvertidos.

NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM
Há quem argumente que se rotular de introvertido pode limitar a maneira como você se entende. Isto porque introversão/extroversão é só uma das 5 dimensões da personalidade. As outras são:
  1. Agreeableness (Amabilidade) → Determina a orientação em relacionamentos, demonstrando o quão caloroso, amoroso e acomodado alguém pode ser.
  2. Conscientiousness (Conscienciosidade) → Relativo a maneira como se lida com responsabilidades. Pessoas mais conscientes são mais responsáveis e menos inovadoras.
  3. Neuroticism (Neuroticismo) → Diz respeito a quanto estimulo sobrecarrega alguém. Tem a ver com ansiedade e preocupação.
  4. Openness (Receptividade) → Referente a necessidade de experienciar coisas novas e encontrar novas informações.
Assim como acontece com introversão/extroversão, estas quatro outra dimensões também são espectros (você pode não ser só um dos extremos, mas sim ter um pouco de cada).
Para complementar, Jonathan Cheek criou quatro subcategorias dentro do conceito de introversão. Assim, existem os introvertidos:

  1. sociais: preferem interagir com grupos pequenos e familiares ou trocar a socialização por livros, horas no computador, etc; 
  2. pensativos: são introspectivos e criam mundos inteiros dentro de suas mentes;
  3. ansiosos: procuram solidão por se sentir constrangidos e inseguros quando tentam socializar;
  4. e contidos: operam de forma mais lenta, sempre pensando muito antes de falar ou agir.
Uma pessoa pode ter diferentes percentuais de cada tipo de introversão, o que retoma a ideia de espectro aludida anteriormente. 

O CÉREBRO INTROVERTIDO: ALGUNS FATOS
  • Introvertidos processam informação mais lentamente, razão pela qual ficam exaustos tentando acompanhar o ritmo das ideias fluindo ao seu redor. O lado positivo disso é que introvertidos precisam de muito menos estímulos para se sentirem satisfeitos. 
  • Introvertidos frequentemente têm mais massa cinzenta no cortex prefrontal em áreas relacionadas com pensamentos abstratatos e profundos, bem como planejamentos. Este fato aponta para uma tendência menor a comportamentos impulsivos e maior vulnerabilidade a ansiedade e depressão.
  • Pesquisas neurológicas têm mostrando que extrovertidos liberam mais dopamina - hormônio do bem estar - em situações de recompensa e também ao se conectar com outros seres humanos. Isto significa que os extrovertidos dependem mais de interações sociais para se sentirem satisfeitos do que suas contrapartes. 
  • Em 2010 estudiosos descobriram que o cérebro de um extrovertido "acende" ao ver rostos, enquanto o cérebro de um introvertido trata rostos humanos, imagens de cães, flores e paisagens da mesma forma.


FONTES
THE GUARDIAN
NEW YORK MAGAZINE
FAST COMPANY
SCIENCE ALERT
BUSTLE

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Recortes do livro "100 TIRANOS", de Nigel Cawthrone #3

ERA NAPOLEÔNICA

CATARINA, A GRANDE
1729-1796 • CZARINA DA RÚSSIA
Casou-se com o primo Pedro, herdeiro do trono, e traiu-o diversas vezes, tendo escondido gestações inteiras do marido. Eventualmente Catarina cavalgou até São Petersburgo, onde seu amante Orlov estava servindo e, com o exército atrás de si, se proclamou imperatriz na catedral de Kazan. A Imperatriz escolhia oficiais da cavalaria, submetia ao teste de sífilis e virilidade (com suas aias) e os tomava como amantes sob a recompensa de promoção para o cargo de general. Ainda persiste o mito de que Catarina morreu quando declarou que nenhum homem conseguiria satisfazê-la e tentou fazer sexo com um cavalo. O cavalo, dizia-se, foi baixado até ela com um guindaste. Não há provas que confirmem essa lenda escandalosa, invenção dos franceses, inimigos jurados de Catarina.


MAXIMILIEN ROBESPIERRE
1758-1794 • LÍDER REVOLUCIONÁRIO FRANCÊS

Líder do Comitê de Segurança Pública, Maximilien Robespierre fchegava a dormir com uma cópia do Contrato social de Rousseau ao seu lado. Supervisionou a redação da nova Constituição imposta ao rei. Após a fuga de Luís XVI, em 1791, ele votou pela morte do monarca destronado. Ao assumir um dos 12 assentos no Comitê de Segurança Pública, ele pediu a formação de uma milícia revolucionária para combater os contrarrevolucionários e acumuladores de grãos. Massacres se seguiram.  A revolução foi um produto da era da razão e, aos olhos de Robespierre, a religião organizada era um inimigo. O comitê enviou agentes por todo o país para descristianizar a população. Notre-Dame foi desconsagrada e rebatizada de Templo da Razão. Sob seu poder, a guilhotina chegou a decepar 12 cabeças em apenas cinco minutos Execuções em massa, a tiros, se tornaram cotidianas. Até 60 prisioneiros eram amarrados em fila com cordas e levavam tiros de canhão. Em Nantes, a guilhotina trabalhava tanto que um novo método de execução, chamado “deportação vertical”, foi desenvolvido. Uma barca era levada ao meio do rio Loire, onde o carrasco tirava uma tábua pregada no convés. A barca, então, afundava, junto com os prisioneiros. Quem tentasse escapar de se afogar era golpeado com um sabre. Mulheres eram estupradas e crianças eram mortas, todas mutiladas. Em Gonnord, trinta crianças e duas mulheres foram enterradas vivas num fosso.  Quando Robespiere fez um discurso, em 5 de fevereiro de 1794, clamando pela consolidação da democracia e o predomínio pacífico das leis constitucionais, seu Tribunal Revolucionário em Paris já havia condenado e executado 238 homens e 31 mulheres, com mais 5.434 presos em Paris aguardando julgamento. A revolução, então, começou a consumir os seus. Qualquer um que se opusesse a Robespierre era sentenciado a por a cabeça na moldura da guilhotina. Quando o grande herói da revolução, Georges Danton, tentou pôr fim ao Terror, também foi preso e enviado para ser “barbeado pela lâmina nacional”. Enquanto isso, Robespierre voltava atrás no voto de ateísmo da revolução. Os descristianizadores, que Robespierre agora via como imorais, pagaram por essa mudança de rumo com a
vida. Ele instituiu o Festival do Ser Supremo, cujo protagonista era ele mesmo, explicando que isso não era uma volta à crença em Deus – a natureza era o “Ser Supremo”.  Para apressar o curso da Justiça, os acusados não tinham direito a advogado ou a testemunhas. Em 26 de julho de 1794  Robespierre fez um discurso
pedindo por “mais virtude”, e seus apoiadores responderam gritando que seus inimigos fossem enviados “à la guillotine”. Mas, no dia seguinte, críticos apontaram que Robespierre se desviara do protocolo: em vez de falar em nome da liderança coletiva, ele discursara em seu próprio nome.  Rapidamente, seus oponentes atacaram. Robespierre e seus apoiadores foram presos em 27 de julho. Ele tentou atirar em si mesmo, mas errou,estraçalhando a mandíbula. Sumariamente julgado, subiu no cadafalso em frente a uma multidão em êxtase na praça da Revolução na manhã seguinte. Durante o Reino do Terror, além dos massacrados no interior, ao menos 300 mil pessoas foram presas, 17 mil foram oficialmente executadas e muitas mais morreram.


NAPOLEÃO BONAPARTE
1769-1821 • IMPERADOR DA FRANÇA
Aos 10 anos, foi enviado ao colégio militar, onde era desprezado como estrangeiro. Depois de ter se formado, foi designado oficial de artilharia. Quando a Revolução Francesa eclodiu, ele se uniu aos republicanos e ajudou a expulsar os britânicos de sua fortaleza em Toulon: um dos raros exemplos em que obteve êxito contra os britânicos.  Quando Robespierre caiu, Napoleão foi brevemente preso. Solto, assumiu um posto no exército do interior e salvou a Convenção Nacional de 1795, disparando um canhão contra as multidões que se opunham a ela. Como recompensa, recebeu o comando do exército da Itália. Ele se casou com a viúva Josefina de Beauharnais e mudou seu nome para o francês: Napoléon Bonaparte. Instalou uma série de governos fantoches nas regiões da Itália e saqueou os tesouros artísticos do país. Já como governante absoluto da França, ele inicialmente se mostrou progressista: melhorou a educação, estimulou a indústria, reestruturou a dívida pública e consolidou as leis no Código Napoleônico. O papa foi chamado em Roma para coroá-lo imperador da França, mas, chegado o momento, Napoleão tomou a coroa e coroou a si mesmo, coroando Josefina em seguida. No ano seguinte, foi coroado rei da Itália e instalou membros de sua família e da de Josefina em vários tronos europeus. Quando a imperatriz Josefina se mostrou incapaz de dar-lhe um herdeiro, Napoleão se divorciou dela e casou-se com a princesa Maria Luísa, filha do imperador da Áustria. Ela lhe deu um filho, que foi nomeado rei de Roma, mas nunca reinou. Napoleão abdicou em 6 de abril e foi exilado na ilha de Elba, próxima à Itália, então sob controle britânico. Tentou se voltar contra o duque de Wellington, mas foi atacado pelos prussianos sob Gerhard von Blücher. Dessa vez, ele foi exilado em Santa Helena, uma remota ilha britânica no Atlântico sul, onde escreveu um livro de memórias para assegurar sua lenda. Ele morreu em 5 de maio de 1821, oficialmente de câncer no estômago.


SHAKA
C. 1787-1828 • CHEFE DOS ZULUS
Filho ilegítimo do chefe zulu Senszangakona, Shaka foi expulso da tribo junto com a mãe, Nandi, do clã Langeni, que os zulus consideravam inferior. Até seu nome era um insulto: “iShaka” era um parasita intestinal. Aos 16, Shaka ficou sob a proteção de Dingisway o, rei dos mtetwas, e treinou em seu exército.  Voltou ao povo zulu – que então somava apenas 1.500 pessoas – como chefe. Aqueles que haviam expulsado a ele e sua mãe acabaram empalados. Ele reorganizou seu exército e  voltou-se à
destruição de todas as tribos ao redor, integrando quaisquer sobreviventes à nação zulu, que, em um ano, quadruplicara de tamanho.  Com um exército de 40 mil, ocupava um território que ia da colônia do Cabo até a atual Tanzânia. Estima-se que na criação desse império, Shaka tenha matado mais de 2 milhões de pessoasEm 1827 sua mãe morreu, razão pela qual não houve plantio por um ano e o leite, uma das principais fontes de alimentação dos zulus, foi banido. A castidade forçada derrubou o moral do exército de Shaka, que se rebelou liderado por dois  de seus meio-irmãos. Ele morreu pedindo clemência e foi enterrado em uma cova anônima próxima à vila de Stanger, em Natal.

HUNG HSIU-CH’UAN
1814-1864 • SENHOR DA GUERRA DA CHINA
Em um longo delírio, Hung afirmou ter se encontrado com Deus e converteu-se ao cristianismo. Sua missão, dizia, era expulsar os “demônios” – isto é, os governantes manchus – da China. Ele se juntou a uma seita chamada Sociedade dos Adoradores de Deus e formou um exército de mais de 1 milhão de homens e mulheres – que não podiam entrar em contato uns com os outros. Mesmo os casados eram proibidos de manter relações sexuais, apesar de o próprio Hung passar bastante tempo em seu harém. Ele se negava a provisionar suprimentos para o caso de um cerco, dizendo que Deus proveria. Em 1º de junho de 1864. Acredita-se que mais de 20 milhões tenham perdido a vida nos 14 anos da Rebelião.



domingo, 12 de fevereiro de 2017

SONHOS LÚCIDOS


FATOS SOBRE SONHOS EM GERAL
  • Novas evidências foram encontradas no sentido de que, ao contrário do que se acreditava,  sonhos também acontecem em estágios que não o REM. Estes sonhos focam mais em eventos que aconteceram durante o dia, facilitando o estabelecimento de novas conexões com memórias, bem como consolidação de novas informações e descarte de memórias irrelevantes. 
  • Sonhos envolvendo emoções negativas tendem a ser mais vívidos porque nossos corpos reagem a cenários estressantes da mesma forma que reagiriam na vida real: mudando o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea, o que ajuda a consolidar a memória dos sonhos.
  • Quem dorme pesado tem menos chances de lembrar de seus sonhos, ao contrário de quem acorda várias vezes a noite. 
  • Não se sabe o porquê de sonhos serem esquecidos tão facilmente, mas alguns estudiosos sugerem que isto ajuda a manter nossas memórias reais separadas das memórias sonhadas. 
  • Durante o sonho não podemos ver a hora ou ler. Nossas mãos também tendem a ficar distorcidas. Por isso olhar para as próprias mãos é uma boa maneira de realizar os chamados "reality checks". 
  • A invenção da TV com cores aumentou o número de pessoas que sonham com cor.


FATOS SOBRE SONHOS LÚCIDOS

  • Allan Hobson, professor em Harvard, diz que a lucidez é um estado intermediário entre o sono normal e a consciência. O sonho lúcido acontece durante o estado REM, quando normalmente encontram-se dormentes tanto a formação das nossas memórias, quanto nossa capacidade de reflexão. O diferencial da lucidez é que ativa o lobo frontal, que controla essas duas "funções dormentes". 
  • Cerca de 55% das pessoas já tiveram sonhos lúcidos. Deste grupo, quase 1/4 tem sonhos lúcidos ao menos uma vez por mês, e de 20% a 40% das pessoas não pode ou tem dificuldade em manipular os sonhos. 
  • Pessoas jovens são mais suscetíveis a sonhos lúcidos. Os "millenials" têm mais facilidade em lembrar dos sonhos do que a Geração X, por causa do intenso fluxo de informações vindas de telas e dispositivos. 
  • Meditação e videogames são passatempos associados com sonhos lúcidos.
  • A habilidade de ter sonhos lúcidos pode estar ligada à introspecção e à quantidade de massa cinzenta no cérebro. Também foram conduzidos estudos para ligar a facilidade em ter sonhos lúcidos com nossa habilidade metacognitiva (pensar sobre como pensar).
  • O primeiro sonho lúcido foi documentado pelos egípcios há 5000 anos. 


INDUÇÃO
  • Durante o sonho lúcido, a atividade cerebral produz uma assinatura elétrica com 40-Hz de alcance. Em 2014, a pesquisadora Usrula Vozz descobriu que aplicar uma corrente de 40-Hz à cabeça de quem está sonhando pode aumentar significativamente as chances de lucidez. Daí a grande quantidade de vídeos no youtube oferecendo batidas binaurais com 40-Hz.
  • Alguns empreendedores entraram no mercado a fim de oferecer produtos que facilitem a indução de lucidez durante o sonho. Assim surgiram dispositivos como Aurora Headband (da iWink), Luci Dreamer (estimulador transcrinial) e Remee, que receberam amplo patrocínio em projetos de crowdfunding. Ainda assim, não encontrei review sobre estes produtos. 
  • A crítica a estas invenções é que não ajudam: o que funciona mesmo é se concentrar em ter um sonho lúcido. Segundo o professor Hobson, as pessoas não querem prestar atenção, querem uma solução rápida que não requeira qualquer esforço. As tentativas de criar um dispositivo para ajudar a domar os sonhos é uma utopia tecnológica, e promete mundos e fundos em troca de... bem, fundo$. 
  • Há também invenções como Dreamleaf,  um suplemento alimentar já revisado por alguns usuários, que alegaram ter experienciado mais facilidade para lembrar dos sonhos após tomar as pílulas. Em alguns fóruns online, pessoas alegam que medicamento destinado a pacientes de Alzheimer's  causam sonhos vívidos.
  • Anotar os sonhos em um diário é uma maneira bastante efetiva de recordar os sonhos, o que aumenta as chances de lucidez. Outra técnica efetiva é acordar no meio da noite, ficar alguns minutos acordado e voltar a dormir. Finalmente, a terceira técnica mais reportada é a auto-sugestão antes de ir dormir que, aliada a reality checks (se perguntar regularmente se está sonhando), aumenta as chances de lucidez.
  • A pesquisadora canadense  Jayne Gackenbach afirma que passar muito tempo em espaços virtuais parece fazer gamers melhores em controlar os seus sonhos, uma vez que estão acostumados a entrar e sair da realidade. Neste sentido, óculos de Realidade Virtual devem servir para intensificar esta habilidade.

APLICAÇÕES E EXPERIMENTOS
  • Uma nova pesquisa publicada no jornal Sports Sciences confirma que treinar a coordenação motora durante um sonho lúcido pode melhorar a performance na vida real. Esta melhora equivale àquela adquirida durante a "prática acordada". Isto porque os mecanismos que criam movimento físico real são semelhantes aos que criam movimento imaginário ou sonhado (em sonho lúcido). Este fato já cria expectativas quanto a possibilidade de treinar atletas que estão se reabilitando de lesões, ou até mesmo um novato que queira aprender uma habilidade perigosa. 
  • Alguns cientistas também vislumbram o sonho lúcido como ferramenta terapêutica para o tratamento de ansiedade ou fobias. A explicação é simples: a realidade simulada no sonho pode não ser real, mas as emoções ligadas a experiência certamente são. Assim, o sonho lúcido seria uma maneira de processar emoções reprimidas, o que ajudaria a diminuir a ansiedade e preocupações em geral. Não é a toa que budistas tibetanos usam sonho lúcido como caminho para iluminação.
  • Quando dormimos, determinados neurônios bloqueiam os sinais que enviamos para que nosso corpo se mecha, o que causa a paralisia do sono. Durante este estágio, só os olhos continuam se mexendo (por isso REM → Rapid Eye Moviment → Movimento Rápido do Olho). Se aproveitando disto, Keith Hearne descobriu um procedimento que usa uma movimentação ocular pré-estabelecida para enviar determinados sinais de dentro de um sonho lúcido. O movimento é verificado por eletrodos que são posicionados próximos aos olhos, e serve para responder determinadas perguntas ou cronometrar tarefas feitas no "mundo dos sonhos". Foi por este método que, por exemplo, se descobriu que se movimentar nos sonhos leva mais tempo, talvez porque não temos um corpo físico para nos dar um feedback.


FONTES

NYMAG.COM
RAWSTORY
PSYCHCENTRAL
BUSTLE
THE GUARDIAN
THE DARTMOUTH
SCIENTIFIC AMERICAN

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

PARE DE RECLAMAR E CONCENTRE-SE NAS COISAS BOAS

A queixa deve acontecer raramente; críticas e fofocas nunca. A maior parte das reclamações que fazemos é apenas “poluição sonora”, prejudicial à nossa felicidade e bem-estar.


As quatro etapas para se chegar à competência são:

1. Incompetência Inconsciente:Não percebe quanto reclama. Muita gente parece viver à procura de motivos para se queixar. Se você reclamar, vai ter sempre mais do que reclamar. Reclamar significa exprimir pesar, dor ou descontentamento. Mas o fato é que, para a maioria das pessoas, reclamações não provêm de experiências tão profundamente dolorosas. Percebemos quando os outros reclamam, mas não notamos quanto nós nos queixamos. O psicólogo Robin Kowalski escreveu que muitas reclamações “envolvem uma tentativa de se despertar determinadas reações dos outros, como simpatia e aprovação". Você provavelmente já ouviu falar em doença psicossomática, causada por processos mentais do paciente, e não por causas fisiológicas. Dois terços das doenças se originam na mente. Ao reclamar de sua saúde, você está fazendo declarações negativas, que seu corpo escuta e registra. 

2. Incompetência Consciente: você está perturbadoramente alerta (consciente) da freqüência de suas reclamações (incompetência).  Você se encontra num ninho de reclamações? Vive cercado por pessoas ranzinzas? Então, é melhor prestar atenção. Tendemos a andar com pessoas que são parecidas conosco e a fugir daqueles que são diferentes. Um dos principais motivos que temos para fazer fofoca ou reclamar é parecer que somos melhores na comparação. Reclamar é se gabar. E ninguém gosta de alguém que fica se gabando. As características das pessoas à sua volta que o perturbam são justamente aquelas que você compartilha, mas de que não tem consciência. Sociólogos e psicólogos têm teorias que explicam que também reclamamos para parecer mais críticos. É uma maneira de dizer que seu padrão é realmente elevado. Uma pessoa insegura, que duvida de seu valor e questiona sua própria importância, vai se gabar e reclamar.

3. Competência Consciente:Você começa a ter consciência de tudo o que está dizendo. Se não tiver nada a dizer, permaneça em silêncio. Falar demais transmite a mensagem de que você não se sente confortável consigo mesmo. O silêncio permite que você reflita e escolha cuidadosamente suas palavras. É mais fácil conseguir o que você deseja expressando a sua vontade, em vez de reclamar da maneira como as coisas são.Alguns acreditam que criticar é uma forma eficiente de mudar o comportamento dos outros. Entretanto, costuma surtir o efeito contrário. Ninguém gosta de ser censurado. críticas. O elogio inspira a pessoa a se superar, como forma de obter mais elogios..

4. Competência Inconsciente: você deixará para trás o que não é mais necessário e perceberá que sua mente não produz mais o dilúvio de pensamentos infelizes com os quais você convivia. Se sente desconfortável quando alguém começa a se queixar ao seu lado. Você se sentirá grato por pequenas coisas – até por aquelas nas quais nem prestava atenção. Você perceberá que sentirá menos medo e menos raiva. Raiva é o medo dirigido para fora. E, por não ser mais uma pessoa que vive com medo, você atrairá menos pessoas raivosas e medrosas para a sua vida. Há momentos em que cada um de nós precisa parar e analisar o que está acontecendo em nossa vida para poder lidar melhor com uma determinada situação. Analisar não é a mesma coisa que reclamar. Analisar é compartilhar seus sentimentos sobre algo que aconteceu.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

AMOR, PAIXÃO E CIÊNCIA: ALGUMAS CURIOSIDADES


Satisfação ou seu dinheiro de volta
Há quem defenda que amor não é uma emoção, mas sim um sistema de motivação e recompensa de nosso cérebro.  As sensações de prazer e empolgação vêm da dopamina; o coração acelerado e o desejo sexual são resultado da testosterona; a sensação de conexão após o sexo tem a ver com a ocitocina. A incapacidade de pensar em qualquer outra coisa que não o crush advém da baixa de serotonina. 
Ainda assim, este posicionamento gera debate na comunidade científica, e já há estudiosos que criticam a perspectiva do amor como um coquetel de químicos cerebrais. 
É como ficar doidãoNeurocientistas descobriram que a ocitocina e o álcool produzem efeitos idênticos em nossos cérebros: caem a ansiedade, as inibições e o stress, e aumenta a propensão a tomar decisões corajosas, sentir raiva e agir de forma violenta. 
Não se iluda. Outros estudiosos recriminam a noção moderna de amor romântico, pois gera expectativas irracionais que inevitavelmente acabam sendo frustrada. Esta frustração gera stress, que atinge o sistema imunológico, bem como a saúde mental e cardíaca. De outra sorte, entender que existem diversas formas de demonstrar amor, mesmo que algumas não sejam tão românticas e grandiosas como as vistas em um filme, ajuda a quebrar o mito do amor romântico e estabelecer expectativas realistas, seguidas de maior satisfação e felicidade.
Me diga aonde você vai... Também teve estudo relacionando o amor à geografia. Nos Estados Unidos, foi feito um estudo comportamental em todos os 50 estados para ver qual o melhor lugar para se buscar um relacionamento duradouro. Se saíram melhor os estados com menos casos de "attachment anxiety" (medo de ser deixado pelo 'mozão') e "attachment avoidance" (necessidade de evitar estar perto do 'mozão'). Ao final, descobriu-se que North Dakota é o pior lugar para se relacionar, ao contrário de Mississipi, que foi o estado com melhor performance. Nova Iorque se saiu mal na pesquisa, ao contrário da Califórnia, que ficou entre os 10 primeiros colocados. 
 Estágios Inception: o momento de mudança da sua percepção sobre o significado de uma pessoa em sua vida.  Intruso! progressivamente a pessoa em questão se torna mais e mais presente entre seus pensamentos, podendo chegar a  tomar 85% ou mais do seu tempo, o que naturalmente causa distração e se assemelha a uma obsessão.   Just the way you are: você começa a ter uma imagem mais apurada das qualidades e defeitos do crush, cuja personalidade deixa de ser idealizada e se torna concreta. Aqui há tendência a fazer vista grossa com os defeitos ou até achá-los charmosos.  Grude: você deseja um relacionamento e a ansiedade diante da separação é um estímulo para vencer quaisquer dificuldades que apareçam.  Hipomania: você sente tanta energia que passa achar que precisa de pouca comida e sono.  É MEU! Você se torna taurino  ciumento, teme rejeição e sente mais saudade do que o normal.  O que for pra ser...: a lógica está começando a retornar para o cérebro. Você ainda quer um relacionamento, mas se sente  resignado. 
SintomasVer o rosto da pessoa amada acende as mesmas partes do cérebro que são estimuladas quando um dependente químico usa drogas. Também há aumento na motivação, satisfação e euforia.   Passar por dificuldades junto à pessoa amada aumenta a atração.  Pessoas apaixonadas sentem um grau de empatia maior umas pelas outras.  A busca por união emocional precede o desejo sexual.  A capacidade cognitiva (de aprender) de uma pessoa é maior quando o objeto do aprendizado é um tópico de interesse do crush. No mais, a pessoa apaixonada tende a se concentrar menos por pensar demais na pessoa de quem gosta.  A amígdala e o córtex pré-frontal, partes responsáveis pelo processamento de julgamento e emoções negativas, desliga quando alguém está apaixonado. Isto dura de 8 meses a 2 anos.  Paixão é um estado temporário: ou se torna um vínculo de confiança ou desaparece; no entanto, quanto maior a dificuldade que os apaixonados têm para se encontrar, mais demora para este estado desaparecer. 
Não era amor, era silada E se tudo for por água abaixo, o que fazer?   Primeiramente: nada de ficar na zona cinzenta do sexo casual. Quando isto acontece, você mantêm vínculo emocional mesmo que involuntariamente.   Se a paixão funciona de forma similar a uma droga, o coração partido tem efeitos semelhantes a abstinência. Entender o desequilíbrio químico que faz você se sentir mal pode lhe motivar a adotar atividades alternativas que o façam se sentir estimulado e, gradativamente, pronto para outra (ou se divertir sozinho mesmo, why not?).   Um estudo conduzido na UCLA demonstra que passar tempo com amigos faz o cérebro liberar opioides naturais, que servem para anestesiar a dor emocional e ajudam a lidar com o fim do relacionamento.


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FONTES

Pesquisas conducidas na University of Erasmus, na Holanda.
O trabalho da antropóloga Helen Fisher.
O trabalho de Susanne Vosmer, na University of Hull.
Revista Neuroscience and Biobehavioral Reviews


sábado, 4 de fevereiro de 2017

Resumo de "DESVENDANDO OS SEGREDOS DA LINGUAGEM CORPORAL", de Allan Pease


PosturaAcredita-se que duas pessoas que compartilham um mesmo ponto de vista, acabam compartilhando também uma mesma postura.  As pessoas que não se conhecem evitam cuidadosamente adotar as mesmas posições. Imitar a postura é a forma com que outros nos expressam que coincidem conosco ou que lhes agradamos. As pessoas se vêem forçadas a sentar-se muito juntas, inconscientemente desdobram seus braços e pernas como barreiras. Se inclinar levemente para frente, com as costas um pouco encurvadas, é demonstração provável de simpatia. Vinculamos o contato físico com o sexo, exceto quando se nota claramente que não há conexão entre ambos; por isso o utilizamos escassamente para expressar amizade e afeto (isso, contudo, varia com a cultura do local em observação).
• Com as mãos nos quadris se busca parecer maior. O casaco aberto e jogado para trás assinala uma atitude de agressão direta, já que o indivíduo expõe o coração e a garganta. Cruzar as pernas e direcionar os joelhos para uma pessoa é sinal de aceitação e interesse.
• CaminharPisar com força ao caminhar nos dará a impressão de decisão. Caminhar ligeiro poderá parecer impaciente ou agressivo, embora se com o mesmo impulso o faz mais lentamente, de maneira mais homogênea, transmite paciência e perseverança. Pouco impulso dará uma idéia de insegurança. Levantar os quadris exageradamente transmite confiança em si mesmo; se ao mesmo tempo se produz uma leve rotação, há desenvolturaPara chegar a conclusões acertadas, deveremos observar os gestos em seu conjunto.
• RejeiçãoA principal forma de expressar avaliação e crítica é botar a mão no rosto, com o indicador levantando a bochecha e outro dedo tampando a boca enquanto o Polegar sustenta o queixo. Pernas muito cruzadas e o braço cruzado sobre o peito (defesa), enquanto a cabeça e o queixo estão um pouco inclinados para baixo (hostilidade). Todos os movimentos do corpo coincidem com o compasso de seu discurso; esse ritmo se altera quando há enfermidades ou transtornos cerebrais.
• Espaço- Zona íntima (de 15 a 45 cm) só se permite a entrada das pessoas mais próximas- Zona pessoal (entre 46cm e 1,22 metros):  reunião social, ou de escritório, e nas festas. - Zona social (entre 1,22 e 3,6 metros): nos separa das pessoas que não conhecemos bem. - Zona pública (a mais de 3,6 metros): é a distância cômoda para nos dirigir a um grupo de pessoas. A intromissão de um estranho na zona íntima ocasiona mudanças fisiológicas em nossos corpos. Quando espaços apertados fazem com que isso aconteçaNão se deve falar ou encarar as pessoas, mantem-se "cara de paisagem" e mexe-se pouco; nos elevadores se deve ficar olhando o painel indicador dos andares. ** Observar o quanto alguém estende o braço para dar a mão dá a chave para saber se a pessoa foi criada na cidade ou no campo: o habitante da cidade precisa de menos espaço e por isso estica menos o braço.
• MãosO gesto de exibir as palmas das mãos sempre foi associado com a verdade, a honestidade, a lealdade e a deferência. Palmas para baixo como se tratasse de se conter, de manter algo, e também denota autoridade. No aperto de mão, quem tem a mão com a palma mais virada para o chão seria quem tem a autoridade; o aperto vertical denota igualdade e respeito.  Estender as duas mãos para o aperto demonstra sinceridade, confiança. Mãos com dedos entrelaçados é um gesto de frustração ou atitude hostil e a pessoa que o faz está dissimulando uma atitude negativa; além disso, quanto mais altas estão as mãos, mais difícil será o trato com a pessoaCaminhar com a cabeça levantada, o queixo para diante e as mãos para trás das costas é um gesto de superioridade e segurança, a não ser que a pessoa esteja pegando no pulso ou no braço (frustração ou autocontrole). Quando vemos, dizemos ou escutamos uma mentira, freqüentemente tentamos tampar os olhos, a boca ou os ouvidos com as mãos. Esfregar o pescoço umas cinco vezes é como dizer "Não sei se estou de acordo"; esfregar o queixo indica que a pessoa está pensativa. Quando corrigido, se pode esfregar a testa ou a nuca: no primeiro caso a pessoa é aberta, no segundo é mais negativa e crítica. Meter os dedos na boca é uma manifestação de necessidade de segurança. Apoiar a cabeça na mão é aborrecimento. 
• Braços: Ao cruzar um ou os dois braços sobre o peito se forma uma barreira contra circunstâncias indesejáveis; também significa atitude defensiva ou negativa. Segurar os braços é uma
atitude negativa de restrição. Segurar um braço com a mão aponta necessidade de segurança. 
Olhos: Quando alguém se entusiasma as pupilas se dilatam até ter quatro vezes o tamanho normal. Mas quando alguém esta de mau humor, zangado ou tem uma atitude negativa, as pupilas se contraem. Quando uma pessoa é desonesta ou tenta ocultar algo, seu olhar enfrenta o nosso menos que um terço do tempo.  Mas, quando alguém sustenta o olhar mais que dois terços do tempo, ou está desafiando ou se sente atraído. O ideal para atrair simpatia é olhar 60% a 70% do tempo. Quando se está falando de negócios deve-se olhar na testa da outra pessoa, para se fazer levar a sério. O olhar íntimo/flerte vai dos olhos para o queixo para o corpo.  Olhar de esguelha combinado com sobrancelha elevada e sorriso também funciona para flerte (se as sobrancelhas estiverem franzidas, contudo, dá o ar de hostilidade). 
CabeçaHá três posições básicas da cabeça. A cabeça para cima é adotada pela pessoa que tem atitude neutra em relação ao que esta escutando. Quando a cabeça se inclina para um lado significa uma demonstração de interesse. Quando esta cabeça inclinada para baixo assinala que a atitude é negativa e até oposta. Duas mãos atrás da cabeça é típico pessoas em geral que sentem confiança em si mesmas, ou são dominadores, ou se sentem superiores em algum aspecto.
Gestos de paqueraLevar uma mão à garganta para arrumar a gravata ou a gola da camisa, tirar algum pó imaginário do ombro, ou arrumar a camisa. Também é possível que passe uma mão pelo cabelo. O desdobramento sexual mais agressivo é adotar a postura com os polegares no cinto, que destaca a zona genital. Se realmente está interessado, as pupilas se dilatarão. Com freqüência adotará a postura das mãos nos quadris para destacar sua dimensão física e demonstrará que está preparado para entrar em ação. Se está sentado ou apoiado contra uma parede, pode ocorrer que abra as pernas ou as estique para destacar a região genital. Sacode-se a cabeça para jogar o cabelo para trás ou afastá-lo do rosto. Mostrar os pulsos é gesto de flerte pois se considera a zona do pulso como uma das mais eróticas do corpo. Acentuar a ondulação dos quadris para destacar a zona pélvica. A boca entreaberta e os lábios úmidos (inclusive com cosméticos). Cruzar e descruzar as pernas com lentidão frente a(o) crush, acariciando-se suavemente as coxas.
• Cigarro: A pessoa que tem uma atitude positiva, que se sente superior ou que confia em si mesmo, exala para cima a maior parte do tempo. Ao contrário, quem está em atitude negativa, de suspeita, exala para baixo quase todo o tempo. Soprar para baixo por um lado da boca índica uma atitude de reserva ou mais negativa. Exalar a fumaça pelo nariz indica que a pessoa se sente segura e superior.
Óculos: pôr na boca a ponta de uma haste. É um gesto de afirmação da própria segurança. Olhar por cima do óculos pode fazer a pessoa olhada se defender cruzando os braços, as pernas e adotando uma atitude negativa. Os que usam óculos devem tirá-los quando falam e usá-los enquanto ouvem.