SOCIEDADE. A sociedade egípcia estava dividida em quatro grandes classes: o faraó ficava no topo; logo abaixo vinham os nobres e os funcionários palacianos (sacerdotes, escribas e oficiais militares); depois vinham os mercadores, artesãos, operários e camponeses; e por fim os escravos, que eram conquistados em guerras ou ficavam naquela posição por não terem como pagar os impostos. Faraó (termo que significa “casa grande”) era o senhor do Egito. Tudo que lá havia era de sua propriedade. Era um Deus encarnado. O luxo do faraó era sustentado pelo camponês que era obrigado a repassar um excedente de sua produção a ele. Foram um dos primeiros povos a fazer uso de uma escrita elaborada, conhecer ciências como a Medicina, a Matemática e a Astronomia, além de conseguir reaproveitar regiões desérticas. Nosso atual sistema de calendário, com 365 dias por ano, também foi uma invenção dos antigos egípcios. Eles também dividiam o ano em 12 meses, mas com cinco dias a mais de festa ao final de cada período. O egito faraônico acabou quando a rainha Cleópatra morreu, tendo o país passado a ser uma mera província do Império Romano nas mãos de Otávio César (ou Augusto).
PERÍODOS. O período arcaico se inicia com a primeira unificação do país sob o faraó lendário Menés. Ainda não é bem um país quando começa a tradição faraônica. Aqui surgiu o papiro. Os faraós começaram a ser enterrados em mastabas [linkar imagem]. No fim da Segunda Dinastia, dois reis brigaram pelo trono e provocaram uma divisão do reino. Surgiu em seguida o Antigo Império, em que o governo havia evoluído para o formato da teocracia e o faraó passou a reinar absoluto. O Egito era dividido em nomos (regiões administrativas) governados por nomarcas ligados ao faraó por laço de sangue. Uma das primeiras pirâmides é a Pirâmide de Degraus, construída em Saqqara pelo faraó da Terceira Dinastia Djoser . Na Dinastia seguinte, foram construídas as Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos. Na Quinta Dinastia, as pirâmides já tinham um tamanho menor. Na Sexta Dinastia, os avanços na Arquitetura, Escultura, Pintura, Navegação, Medicina e Astronomia apareceram com força total. Foi neste período que apareceu o calendário de 365 dias. Na Sétima Dinastia, começou também o enfraquecimento do poder faraônico. Pouco depois, o país passaria por uma seca terrível e a fome assolaria tudo e todos. Esse período foi da Sétima até a Décima Dinastia. Nesta última, os nomarcas faziam o que podiam para aplacar a fome do povo e os reis que estavam em Mênfis não eram reconhecidos como faraós fora de sua cidade. Foi quando surgiu uma nova divisão entre Alto e Baixo Egito. Quando a Décima Primeira Dinastia foi fundada pelo faraó Mentuhotep, foi reunificado o país e Tebas se tornou capital. Aqui também começou o culto a Amon, a entidade da criação. Terminou por ser fundido com Rá. O faraó passou novamente a ter o poder reconhecido, mas a força dos nomarcas foi mantida e alguns chegaram mesmo a ter seus próprios exércitos. Na Décima Primeira Dinastia a Arte e a Arquitetura passaram por um novo período de crescimento. Na Décima Quinta Dinastia, os hicsos se estabeleceram no poder do Baixo Egito para depois dominarem também o Alto Egito; e introduziram objetos como o carro de guerra puxado por bois e a utilização de cobre na confecção de armas, tear vertical, instrumentos musicais e novos alimentos como a azeitona e a romã. Amósis expulsou os hicsos e fundou a Décima Oitava Dinastia. Tirou o poder dos nomarcas e tornou o Egito uma potência imperialista. Foi neste período que governaram alguns dos nomes mais conhecidos da história egípcia, como a rainha Hatshepsut, Tutancâmon e Ramsés II. Depois da morte de Ramsés XI, iniciou-se um período marcado pela decadência, e o governo caiu nas mãos de diversos povos (assírios, etíopes, babilônios, persas etc.). Somente quando Alexandre, o Grande, conquistou o país é que houve um período de estabilidade. Algum tempo depois surgiu a Dinastia Ptolomaica, que seria a última Dinastia faraônica. Alexandre ordenou a construção da cidade de Alexandria, que reunia a maior coleção de manuscritos do mundo e possuía um farol que foi uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
FARAÓS. Menés ou Meni é o lendário primeiro faraó da Primeira Dinastia. fundou Mênfis e teria criado a cidade conhecida como Crocodilópolis. A ele é atribuído o estabelecimento do costume para a realeza da criação de templos para os deuses egípcios. Djoser foi modelo da estátua de calcário mais velha encontrada em solo egípcio. Sua maior contribuição artística e cultural foi a construção de sua famosa Pirâmide de Degraus. Foi o primeiro faraó a ordenar a construção de uma pirâmide para que fossem sepultados tanto o seu corpo quanto o de sua família. A idéia era formar uma espécie de escada para que o espírito do faraó ascendesse aos céus. Quéops (Khufu no original egípcio) criou a Grande Pirâmide de Gizé (maior obra da Antiguidade). Quase nada se sabe sobre sua vida, nem mesmo se tem certeza de que sua múmia um dia esteve na pirâmide. Tornou-se faraó com apenas 20 anos e reinou por cerca de 23. Era filho de Snefru e foi lembrado como um faraó cruel e sem piedade. Quéfren pode ter sido irmão ou filho de Quéops. Sua pirâmide, por ficar num lugar um pouco mais alto que a de Quéops, passa a falsa impressão de que é a maior. Próximo da edificação há ainda a Esfinge, cujo rosto é, para os estudiosos o de Quéfren, o templo mortuário do faraó. Menkauré (ou Menkaura) é o autor da terceira e última das pirâmides de Gizé. Era filho de Quéfren e da rainha Khamerernebti I. Foi casado com sua irmã, Khamerernebti II e teve outras duas esposas. Sua pirâmide é menor que as vizinhas e foi revestida até um terço da sua altura com um material mais nobre, o granito de Assuã. No seu interior foi encontrado já na época moderna um sarcófago que foi enviado a Londres, mas o barco que o transportava naufragou quando circundava a costa de Portugal. Hatshepsut foi a rainha que se fez passar por faraó e teve sua múmia recentemente descoberta por causa de um dente cujo DNA a identificou. Seu reinado durou cerca de 22 anos e correspondeu a uma era de prosperidade econômica e paz. Era a filha mais velha do faraó Tutmés I e da rainha Ahmose. Quando o rei morreu houve um impasse. O herdeiro, Tutmés III, tinha apenas cinco anos e não podia assumir o trono. A outra candidata ao cargo era Neferu-Rá, que também não podia assumir o trono, já que era uma mulher. Foi então que Hatshepsut tomou o cargo para si por meio do golpe que a trasformou em faraó. A nova regente declarou-se “Hórus Feminina”. Em algumas estátuas é possível notar o uso de uma falsa barba cerimonial, que denunciaria o fato de se tratar de uma mulher. Para legitimar a sua posição, ela usou a influência dos sacerdotes de Amon para divulgar um relato que a tornava filha do deus Amon-Rá. Ela logo tratou de terminar as obras inacabadas e para isso contou com a ajuda de Senmut, um arquiteto que também foi seu amante. Mesmo depois que Tutmés III se tornou adulto ela continuou a reinar. Seu sarcófago foi posto no Vale dos Reis, como o de um legítimo governante homem, ao lado do túmulo de seu pai, Tutmés I. Teria morrido com 37 anos. Ramsés II teve o reinado mais prestigioso da história egípcia pelos aspectos econômico, administrativo, cultural e militar. Era filho do faraó Seti I e da rainha Touya. Acredita-se que pelo menos dez anos antes da morte de Seti I, Ramsés já era casado com pelo menos duas esposas, Nefertari (sua predileta) e Isitnefert. Nefertari possui o túmulo mais famoso do Vale das Rainhas e deu à luz o primeiro filho de Ramsés, Amenhotep, além de outros três filhos e duas filhas. De sua união com várias mulheres, teriam sido gerados no total mais de 150 filhos. Construiu alguns dos monumentos mais belos de todo o Egito, entre eles o templo de Abu Simbel.
PIRÂMIDES. A Grande Pirâmide, do faraó Khufu, é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda em pé e que resiste majestosa ao passar do tempo. Apesar de os acadêmicos afirmarem com todas as letras que as pirâmides eram túmulos, ninguém pôde confirmar esse fato, já que em nenhuma delas havia um único sinal da presença de uma múmia ou dos tesouros que lá deveriam estar. Hoje em dia são cerca de oitenta pirâmides sobreviventes. Djoser: Foi sob o controle da Terceira Dinastia que o Egito viveu seu período mais áureo. Aqui o túmulo também se tornou um símbolo da divindade do faraó, de sua sobrevivência após a morte terrena e de seu poder celestial que ia além da morte e que beneficiaria o país inteiro. É aí que entra a figura lendária de Imhotep, arquiteto de Djoser: ele concebeu a mastaba para seu rei, que depois transformou numa série de mastabas uma em cima da outra, formando a pirâmide de degraus. Abaixo da Pirâmide está uma câmara mortuária, um conjunto de passagens e pequenas câmaras usadas para armazenar o equipamento funerário e para o sepultamento dos membros da família real. A câmara mortuária está no fundo de um poço de sete metros de lado com 28 metros de profundidade. Pirâmides de Snefru: primeiro faraó da Quarta Dinastia, teve três pirâmides. Em sua época as pirâmides assumiram sua forma final como expressão de uma importância crescente dada ao culto solar associado com o culto ao faraó. Com a mudança religiosa, o conceito de Imhotep de uma escada celestial não era mais necessário, surgindo assim a face lisa da pirâmide como um reflexo dos raios solares na pedra.Após Djoser, os egípcios tentaram ainda construir uma nova Pirâmide de Degraus, que terminou ruindo e foi abandonada. A Pirâmide de Meidum é um estágio intermediário entre a forma de degraus e as pirâmides de Gizé. Além dos andares originais, acrescentou-se nas paredes exteriores um revestimento de calcário, o que deu uma certa forma perfeita. Mas foi esse mesmo revestimento que terminou por ruir, o que deu à pirâmide seu atual aspecto de torre quadrangular. Aparentemente os engenheiros abandonaram o projeto da Pirâmide de Meidum e se lançaram na construção de uma nova, desta vez em Dashur. Foi chamada de Pirâmide Vermelha por causa da cor rubro-clara de sua superfície de granito.É considerada a primeira com lados lisos do mundo. A terceira pirâmide atribuída ao faraó é a chamada Pirâmide Curvada. Durante sua construção os engenheiros mudaram o ângulo de inclinação abruptamente, e teoriza-se que a inclinação foi causada pela necessidade de terminar a pirâmide mais rapidamente, talvez devido à súbita morte do rei. Pirâmides de Gizé. Para a Grande Pirâmide foi necessária uma força de trabalho de cerca de 100 mil pessoas livres durante 20 anos. Sua altura original era de 146,6 metros, mas hoje mede 137,16 metros, uma vez que falta parte do seu topo e seu revestimento. Há uma hipótese vigente para a origem dos 2.600.000 blocos que formam a pirâmide: eles teriam sido recortados das pedreiras, lapidados e transportados em barcos pelo rio Nilo, além de colocados com precisão milimétrica com o uso de uma tecnologia hoje perdida. A pirâmide de Khafré atualmente tem 143 metros de altura, possui paredes menos íngremes que as da pirâmide de Khufu, além de ter restos do revestimento de pedra calcária e granito vermelho, que a faziam brilhar com o sol. Perto dela há a Esfinge, cujo rosto pensa-se ser uma reprodução de Khafré. Como na Grande Pirâmide, não há nenhum sinal de múmia. Finalmente a Pirâmide de Menkauré, a menor de todas, foi terminada às pressas e usou-se material de qualidade inferior às demais pirâmides. Sua altura original era de 66,44 metros, hoje reduzida a 62,18 metros.
HIERÓGLIFOS. O termo é uma junção de duas palavras gregas, hieros (sagrado) e glyphein (gravar). Durante muito tempo (a escrita) foi construída por mil hieróglifos, representando pessoas, animais, plantas, objetos estilizados, etc. Seu número só atingiu milhares na época da decadência. Sua invenção era atribuída a Toth, o deus da sabedoria. Havia pelo menos outras duas formas de escrita, além dos hieróglifos. A primeira era uma forma mais simples, que se utilizava de versões mais abreviadas dos mesmo sinais, que foi chamada de escrita hierática. Era geralmente gravada em papiros, madeira ou couro. A segunda forma era composta por sinais ainda mais simplificados e era usada em cartas, registros e documentos em papiros, ou seja, tudo que envolvia uma comunicação do dia-a-dia. Era a chamada escrita demótica. No início, os egípcios usavam pictogravuras, ou seja, retratavam o que viam por meio de objetos. Os nomes dos reis tinham sua representação própria. Por exemplo, o nome do mítico rei Narmer (ou Menés) é representado por um peixe (em egípcio antigo, “nar”) e por um buril (“mar”).Na língua oral, boca é “ra”. Assim o som era representado por uma boca. Era possível compor um alfabeto egípcio com 24 caracteres com a ajuda desses sinais fonéticos, o que permitia a composição de qualquer palavra egípcia. Sempre que falta uma vogal na leitura de uma palavra, completa-se com a letra e. A escrita não apresenta espaços entre as palavras e frases, não tempontuação e é lida da direita para a esquerda ou no sentido inverso, ou mesmo em colunas. A direção da leitura é dada por sinais que representam humanos ou animais. A famosa Pedra de Rosetta, hoje parte do acervo do British Museum, mostra claramente que seria difícil decifrar a escrita egípcia sem sua ajuda. Os hieróglifos são considerados pela maioria dos historiadores como a mais antiga forma de escrita no mundo. Foi usado durante 3.500 anos. Quando a Pedra de Rosetta foi finalmente encontrada, em agosto de 1799 por um oficial das tropas francesas chamado Bouchard nas proximidades da cidade de Rosetta (em árabe, Rachid), próxima à margem oeste do Nilo, o acontecimento chamou a atenção do mundo inteiro. Era praticamente a primeira vez que se falava na existência de uma peça do Antigo Egito que era bilíngüe. Foi a partir da pedra que finalmente começaram a sentir que podiam recuperar a antiga sabedoria egípcia.
MÚMIAS. Os livros de egiptologia mais conhecidos definem que uma múmia bem produzida deveria ser “leve como uma casca de ovo e dura como uma estátua”. A mumificação teria começado ainda nos primórdios do Egito, quando os cadáveres eram enterrados diretamente na areia do deserto que, por ser muito porosa e estar num clima muito quente e seco, causou a mumificação natural de alguns corpos. Esta areia drena os líquidos do corpo, deixando-o seco e "à prova de bactéria". A principal crença dos egípcios era a de que o corpo precisava ser conservado após a morte porque, sem ele, era impossível alcançar a imortalidade, pois se acreditava que a força vital (kha) permanecia na múmia. A mumificação às vezes era feita às pressas por causa dos aromas largados pela múmia, o que levou alguns egípcios a esquecer instrumentos dentro de seus "pacientes". Segundo Heródoto, a maneira mais nobre é começar por extrair o cérebro pelas narinas, com o auxílio de um gancho de ferro. Em seguida, com uma faca de pedra da Etiópia, fazem uma incisão no flanco do defunto, pela qual retiram os intestinos. Limpam a cavidade abdominal e lavam-na com vinho de palmeira, e salpicam-na com perfumes moídos. Depois enchem o ventre com uma mistura composta de mirra pura, canela e outros aromas, e costuram-na.” Em seguida, o cadáver recebia um banho de natrão em que permanecia por 70 dias. Ao término desse período, o corpo é novamente lavado e envolto em faixas de pano revestidas de cera que levavam uma camada de resina, para se fazer de cola. Ao término do trabalho, os parentes retomavam a posse do cadáver e o inseriam no sarcófago. O mesmo era então levado para o local do túmulo e, uma vez lá, era realizada a chamada Cerimônia de Abertura da Boca, quando um sacerdote “abria” magicamente a boca da múmia para que esta pudesse falar e se defender perante o tribunal de Osíris, durante seu julgamento. No túmulo também eram encontrados os 4 vasos de canopos, onde os órgãos (fígado, estômago, intestinos e pulmões) enfaixados individualmente eram depositados. O coração era devolvido à múmia, e o cérebro tinha pouco importância(!). Heródoto registrou um outro método em que o corpo recebe uma lavagem de óleo de cedro, que dissolve os intestinos; e depois é dissecado por meios químicos durante cerca de 52 dias.
ARTE. As pinturas retratavam acontecimentos e suas cores tinham significados próprios. O Preto era associado à morte, mas também podia assumir um aspecto de fertilidade e regeneração (graças à lama preta às margens do Nilo); era usado para retratar sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O Branco simbolizava a pureza e a verdade; era utilizado nas vestes dos sacerdotes e objetos rituais, casas, flores e templos. O Vermelho retratava o poder, a sexualidade e a energia, mas também era associado ao maléfico Seth; usado nas representações do deserto. Amarelo era associado à eternidade por ser a cor do Sol e do ouro; usado nos objetos destinados aos deuses e itens funerários do faraó. Verde simbolizava a regeneração e a vida. O Azul era cor com que se retratava o céu e o rio Nilo. O profissional do desenho tinha necessariamente que seguir as regras e nunca assinava sua obra. O artista, justamente por mexer com representações sagradas de deuses e faraós, era supostamente bem visto na sociedade egípcia. Os trabalhos eram feitos em oficinas, onde se reuniam executores e mestres de diferentes vertentes artísticas juntamente com escultores, pintores, carpinteiros e até mesmo embalsamadores, que se inteiravam das representações sagradas para realizarem seus trabalhos junto dos corpos que cuidavam. Os trabalhos, inclusive, não eram feitos em unidades, mas sim em série.
MALDIÇÕES: Os antigos egípcios acreditavam em magias e maldições. Eles inscreviam pragas ameaçadoras nas paredes e portas de suas tumbas. O principal fator que motivou o surgimento das maldições foram os ladrões de túmulos. Provavelmente muitos desses ladrões eram as mesmas pessoas que trabalhavam nas construções das tumbas.
TEMPLOS: o templo de culto era em geral muito complexo e continha lojas, celeiros, escolas e oficinas. Começavam com um portão principal que levava a um pátio aberto, além do qual havia uma sala hipostila (com teto de preferência) que continha muitas colunas, que eram gravadas e decoradas para se parecerem com rolos de papiros. Havia também uma sala que levava ao santuário interno. O santuário era habitado por uma estátua de ouro ou prata da divindade, que era tratada como se fosse um ser vivo, alimentada e cuidada todos os dias apenas pelos sacerdotes que moravam no templo. Os sacerdotes do templo não deixava os seguidores da religião egípcia adentrarem seus recintos, muito menos conhecer o santuário onde habitava a estátua do deus em questão. O aspecto obscuro desses lugares provavelmente servia para inspirar certo receio e temor entre os seguidores. Teoricamente apenas o faraó era considerado santo o suficiente para adentrar o santuário interno, mas na prática os sacerdotes de alto escalão eram nomeados para fornecer as “necessidades diárias” dos rituais que envolviam a divindade. Os sacerdotes deveriam se lavar cerca de quatro vezes ao dia e raspar todo o cabelo de sua cabeça e corpo como forma de ritual de purificação. Os sacerdotes mais importantes viviam o tempo todo nos templos. Originalmente também havia sacerdotisas, mas no Novo Império apenas os homens recebiam permissão para se tornarem sacerdotes. A presença feminina era permitida apenas como instrumentistas que tocavam música durante as cerimônias. O maior e mais imponente desses templos é o de Karnak, dedicado à tríade tebana de deuses: Amon (rei dos deuses e força criadora de vida), Mut (esposa de Amon) e Khonsu (deus da Lua, do tempo e do conhecimento). Estima-se que, para atingir o tamanho e a complexidade que possui hoje, foram necessários pelo menos mil anos de constantes construções. funcionamento. Documentos históricos indicam que apenas em Karnak trabalhavam cerca de vinte mil pessoas. Para alguns estudiosos, o poder dos templos chegava a ser um concorrente sério ao patrimônio do próprio faraó. Luxor era uma pequena cidade de 60 mil habitantes na margem direita do Nilo. Em seu ápice, contou com nada menos do que um milhão de habitantes e foi capital no Novo Império. Seu templo era destinado a Amon e lugar de origem da Ogdoade, nome dado às oito divindades primordiais (compostas por quatro casais: Nun e Naunet, Huh e Hauet, Kuk e Kauket e, por fim, Amon e Mut).
ARTE. As pinturas retratavam acontecimentos e suas cores tinham significados próprios. O Preto era associado à morte, mas também podia assumir um aspecto de fertilidade e regeneração (graças à lama preta às margens do Nilo); era usado para retratar sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O Branco simbolizava a pureza e a verdade; era utilizado nas vestes dos sacerdotes e objetos rituais, casas, flores e templos. O Vermelho retratava o poder, a sexualidade e a energia, mas também era associado ao maléfico Seth; usado nas representações do deserto. Amarelo era associado à eternidade por ser a cor do Sol e do ouro; usado nos objetos destinados aos deuses e itens funerários do faraó. Verde simbolizava a regeneração e a vida. O Azul era cor com que se retratava o céu e o rio Nilo. O profissional do desenho tinha necessariamente que seguir as regras e nunca assinava sua obra. O artista, justamente por mexer com representações sagradas de deuses e faraós, era supostamente bem visto na sociedade egípcia. Os trabalhos eram feitos em oficinas, onde se reuniam executores e mestres de diferentes vertentes artísticas juntamente com escultores, pintores, carpinteiros e até mesmo embalsamadores, que se inteiravam das representações sagradas para realizarem seus trabalhos junto dos corpos que cuidavam. Os trabalhos, inclusive, não eram feitos em unidades, mas sim em série.
MALDIÇÕES: Os antigos egípcios acreditavam em magias e maldições. Eles inscreviam pragas ameaçadoras nas paredes e portas de suas tumbas. O principal fator que motivou o surgimento das maldições foram os ladrões de túmulos. Provavelmente muitos desses ladrões eram as mesmas pessoas que trabalhavam nas construções das tumbas.
TEMPLOS: o templo de culto era em geral muito complexo e continha lojas, celeiros, escolas e oficinas. Começavam com um portão principal que levava a um pátio aberto, além do qual havia uma sala hipostila (com teto de preferência) que continha muitas colunas, que eram gravadas e decoradas para se parecerem com rolos de papiros. Havia também uma sala que levava ao santuário interno. O santuário era habitado por uma estátua de ouro ou prata da divindade, que era tratada como se fosse um ser vivo, alimentada e cuidada todos os dias apenas pelos sacerdotes que moravam no templo. Os sacerdotes do templo não deixava os seguidores da religião egípcia adentrarem seus recintos, muito menos conhecer o santuário onde habitava a estátua do deus em questão. O aspecto obscuro desses lugares provavelmente servia para inspirar certo receio e temor entre os seguidores. Teoricamente apenas o faraó era considerado santo o suficiente para adentrar o santuário interno, mas na prática os sacerdotes de alto escalão eram nomeados para fornecer as “necessidades diárias” dos rituais que envolviam a divindade. Os sacerdotes deveriam se lavar cerca de quatro vezes ao dia e raspar todo o cabelo de sua cabeça e corpo como forma de ritual de purificação. Os sacerdotes mais importantes viviam o tempo todo nos templos. Originalmente também havia sacerdotisas, mas no Novo Império apenas os homens recebiam permissão para se tornarem sacerdotes. A presença feminina era permitida apenas como instrumentistas que tocavam música durante as cerimônias. O maior e mais imponente desses templos é o de Karnak, dedicado à tríade tebana de deuses: Amon (rei dos deuses e força criadora de vida), Mut (esposa de Amon) e Khonsu (deus da Lua, do tempo e do conhecimento). Estima-se que, para atingir o tamanho e a complexidade que possui hoje, foram necessários pelo menos mil anos de constantes construções. funcionamento. Documentos históricos indicam que apenas em Karnak trabalhavam cerca de vinte mil pessoas. Para alguns estudiosos, o poder dos templos chegava a ser um concorrente sério ao patrimônio do próprio faraó. Luxor era uma pequena cidade de 60 mil habitantes na margem direita do Nilo. Em seu ápice, contou com nada menos do que um milhão de habitantes e foi capital no Novo Império. Seu templo era destinado a Amon e lugar de origem da Ogdoade, nome dado às oito divindades primordiais (compostas por quatro casais: Nun e Naunet, Huh e Hauet, Kuk e Kauket e, por fim, Amon e Mut).