Então, minha gente. O programa acaba de acabar e cá vou eu fazer o balanço do que aconteceu durante esta temporada, a começar pelas bandas que passaram pelo palco do programa:
Big Time Orchestra - A banda conta com instrumentalistas experientes, releituras muito interessantes e um vocal rouco bem foda. Apesar disso, apresentaram poucos trabalhos autorais e, quando o fizeram, levaram um pé na bunda. Vai entender!
Consciência Tranquila - Sobra integrante, mas falta personalidade. A banda tem vários vocalistas que cantam bem, mas só isso não basta (ao menos não nesse reality em particular). Enfim: um Black Eyed Peas do Paraguai.
Devir - Começou no apelation, fazendo mashup e releitura de músicas que estão bombando nos charts do mundo inteiro. Contudo, mais para frente apresentou trabalhos autorais interessantes e com identidade. A vocalista parece que engoliu um amplificador.
Dois Africanos - Rola um contraste interessante entre os vocais e personalidades dos dois integrantes. A dicção as vezes (quase empre) é difícil de entender, mas as melodias conquistaram o público. Apesar disso, acho que eles 'gastaram' as melhores canções cedo, de modo que - ao meu ver - a partir da terceira participação a dupla começou a decair.
Dona Zaíra - Por um lado, roupas bizarras e poucas músicas autorais. Por outro lado, a sonoridade da banda e a voz do frontman são bastante agradáveis.
Eletronaipe - A banda do cara do The Voice.
Falange - Cantam e tocam bem, porém são bregas e só fizeram cover.
Kita - Tem alguns traços que me remetem a Metric, Sonic Youth e Controller.Controller. Bastante original, com uma vocalista estilosa detentora de uma puta voz, e instrumental para encher a sala. Faz muito bem em compor em inglês, já que a gringa oferece muito mais oportunidades às bandas novatas do que o Brasil.
Lucas e Orelha - Parecem uma versão mais R&B de Claudinho e Bochecha. Ganharam o carinho da plateia segurando mãozinha e chorando (a Fernanda Lima não acredita em suas lágrimas). São bons no que eles fazem... Pena que o que eles fazem é chato para caralho.
Os Gonzagas - Têm um vocalista bonito e muitos coverzes. Lembro de ter assistido uma música autoral, que era ruim e resultou na eliminação da banda.
Reverse - Saiu bem cedo, apesar de ter um letrista que entende dos paranauês artísticos. Tem qualidade, apesar de eu não ser tão fã de pop rock meladinho.
Scalene - Uma mistura de Legião Urbana com várias bandas alternativas estrangeiras. Ganhou bastante aprovação com as músicas mais lentas, apesar de que as minhas preferidas foram aquelas com explosão e uma pegada mais agressiva. Tiveram problema com o playback durante a final do programa.
Scambo - Rock Alternativo meets MPB. Músicas rápidas, porém melódicas. O vocalista soa calmo, claro e agradável. Infelizmente a banda saiu bem cedo, na mesma noite em que a Kita e a Supercombo bateram ponto.
Serial Funkers - Começaram com trabalhos autorais e uma proposta de Funk americano pouco vista no Brasil. Com o tempo se tornaram adeptos de releituras de músicas famosas. Na finaleira, nem se davam o trabalho de mudar o arranjo das músicas e se tornaram banda cover. Apesar disso, não tem como não mencionar a voz do Seu Jorge leadsinger, que soa bem tanto no grave quanto no falsete.
Stereosound - Será que isso é samba?
Supercombo - Típica banda indie com refrões que vão crescendo até explodir numa mensagem inspiradora. Praticamente recriaram a música Epitáfio, que foi o único cover (que eu me lembre) feito pela banda. Vocal simples, mas melodias e letras bonitas. Saiu cedo.
The Moondogs - O filho do Moacir Franco, que não sabe ouvir crítica quieto. Músicas legais, porém muito semelhantes ao estilo Beatles de ser. Difícil ser lembrado quando: 1) se tenta demais soar como outra banda; 2) se fica na sombra de uma banda lendária.
Tianastácia - Legal, porém não apresentou nada de novo. Tentou se apoiar em sucessos antigos e acabou sendo perseguida por uma semi-fama experimentada no passado.
Versalle - Minha favorita! Começou parecendo uma versão pálida do Los Hermanos e acabou caindo na repescagem. Saiu da repescagem com uma música explosiva, voltou a andar na corda bamba (especialmente quando teve problema com playback precedendo um cover de Mutantes bem desanimado), mas depois disso só cresceu e chegou entre as três melhores (com direito à torcida do Suricato).
Vibrações - Voz diferente, letras bonitas e reggae autêntico. Apesar disso, saiu bem cedo da competição.
Yegor y los Bandoleros - O que acontece quando há uma fusão entre Maurício Matar e Paulo Ricardo? Aparentemente um gajo performático que, vergonha alheia a parte, tem uma voz bem bonita. Só faltou originalidade.
Grupo Zueira, Leash, Trio Sinhá Flor - Passaram em branco.
*Vale uma menção honrosa à Facção Caipira, que poderia ter seguido adiante, não fosse a ordem das bandas e o sistema de repescagem ter passado eles para trás.
A EQUIPE
Fernanda Lima - Diva como sempre, segurou as pontas muito bem, considerando a pressão de um programa ao vivo ainda em suas temporadas iniciais. Fernanda chamou Versalle de Versalles, foi agredida pelos instrumentos musicais alheios, foi shippada com Big, pediu pra ver cueca da sorte, lembrou o Thiaguinho que ele não chegou à final do fama, se revoltou quando suas bandas queridas foram chutadas do programa e dedurou as lágrimas fake do menino Lucas/Orelha/Nuncasaberemosqueméquem.
Rafa - Teve alguns momentos WTF, mas eles se deveram em parte aos improvisos da produção, que jogava a bola pra ela quando precisava desfazer alguma burrada. Seguiu a tendência da apresentadora-auxiliar anterior e se mostrou autêntica e engraçada.
André Marques (ou o que restou dele anyways) - Seguiu o seu velho estilo prafrentex de apresentar, já conhecido do Video Show (que anda caindo pelas tabelas, por sinal). Fez mil e uma menções a Niterói e passou cantadas nas beldades só pra causar constrangimento ounão.
Thiaguinho - Críticas genéricas e autopromoção foram sua maior marca. No último programa, disse se identificar com Lucas e Orelha porque se vê cantando as músicas que eles cantam. Em suma: a maior inspiração do Thiaguinho é ele mesmo.
Sandy - Teve alguns momentos constrangedores, com dancinhas de tiazona e confusão de instrumentos (não era beatbox!), mas ela se mostrou adepta à zueira e reagiu bem ás críticas. Se mostrou corajosa na hora de atribuir seus pontos decisivos, ao invés de correr da raia como c e r t a s pessoas. Também fez algumas críticas relevantes, principalmente quanto a vocais, que são a praia dela.
Paulo Ricardo - Fez piadinhas que ninguém entendeu, usou um penteado esquisito nos primeiros programas, e ficou com as melhores bandas. De todos os jurados, pareceu ser aquele com mais conhecimento técnico. Foi queimado por um dos vocalistas (esqueci qual), que sugeriu que Paulo não estava muito aí para as suas bandas afilhadas.
MAIORES MANCADAS
• Problemas com o telão, que decidiu não subir e pronto.
• Playback do instrumental errado na hora da apresentação da Versalle.
• Votação da Versalle sendo resetada após a valha acima mencionada.
• Veto aos vídeo-comentários do Canal Riff, que não faziam nada senão beneficiar o programa (é por essas e outras que o pessoal da websfera tem resistência com a globo).
• Nova falha do Playback, desta vez durante a ÚLTIMA APRESENTAÇÃO da Scalene.
** As casas decimais já haviam sido utilizadas na outra temporada, apesar da surpresa demonstrada pelos comentaristas twitteiros e facebooketeiros.
O QUE ACHEI DA TEMPORADA
Penso que o programa fez alguns progressos em relação à última temporada. Um exemplo destes progressos foi a oportunidade - e o propósito - dada aos técnicos, que puderam salvar alguém dando-lhe os seus 7% ao final do programa.
Ainda acho um pouco covardia o fato de algumas bandas competirem performando músicas consolidadas, enquanto outras se esforçam em trazer novidades para o cenário musical. Ao meu ver, lugar de cover é no The Voice.
Acho a função do programa bem válida, afinal dificilmente teríamos acesso - tão cedo - às bandas que nele se apresentaram.
Por fim, apesar de não gostar dos artistas que ganharam, acredito que essa temporada foi melhor que a anterior em termos de quórum (Scalene, Versalle, Supercombo, Scambo, Kita, Reverse, etc.).